Evento discute mercado de doces para empreendedores

15ª edição do Encontro PME debateu nesta quinta-feira o segmento

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Por Redação
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Um doce bem feito desperta sensações e desejos nos consumidores. O segmento também atrai grande número de interessados em empreender. Da dona de casa que faz bolos até grandes empresários de olho em um mercado ainda promissor.

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As possibilidades para empreender mesmo sob os efeitos da retração no consumo deram o tom para os debates, que envolveram grandes nomes do setor, que discutiram inovação e fidelização do cliente.

No primeiro módulo do Encontro, quatro empresários do segmento de sorvetes falaram sobre o mercado, que deve abarcar R$ 13,9 bilhões em valor e 799 milhões de litros em volume até 2020, segundo a agência de inteligência de mercado Mintel – apenas neste ano o setor deve movimentar R$ 7,6 bilhões.

Na Sorvetes Rochinha, a política foi de diminuir margem para reter um aumento de preço. "Entendemos que nosso produto é de impulso. Uma dica muito importante é pensar muito bem na precificação. A pessoa não vai deixar de consumir o produto no verão se achar ele por um preço razoável. Não sabemos até quando a gente vai conseguir segurar o preço. O fato é que tem dado resultado", disse Lupercio Moraes, da Sorvetes Rochinha.

A diminuição da margem também fez parte da estratégia da La Naturelle, que também incluiu a revisão de custos e despesas, aproximação com o consumidor, lançamento de novos produtos e a busca por novos canais de venda. "Se você for ficar muito refém da crise não faz mais nada", disse Ronaldo Canova, CEO da marca.

Já a Coldstone está em um momento de avaliação para abertura de novos pontos. "A gente deu uma segurada. O que incomoda é que estamos sem conseguir desenhar um cenário para o primeiro semestre do ano que vem. É um cenário de incertezas", diz Joaquin Presas, um dos responsáveis por trazer a operação da marca norte-americana para o Brasil.

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As ondas de consumo, que podem parecer uma opção sedutora para faturar em períodos de crise, não prejudicaram o trabalho de duas empresárias do mercado de bolos. Cecília Victório, criadora da marca Bolos da Cecília, garante que tem seu espaço delimitado diante do cliente.

"Eu nunca enxerguei os meus bolos como um negócio da moda. Experimentei alguns quando surgiram muitas lojas. Mas eles eram diferentes do que eu faço. Eu não desviei do meu foco de fazer o bolo da minha avó", conta a empreendedora, que dividiu o segundo módulo do Encontro com Karoline Scorzato, da Lili Glacê.

"Existe muito espaço no mercado para o tipo de bolo que eu faço. Não era comum no Brasil, mas agora as pessoas estão começando a conhecer, querem aprender a fazer. Hoje, num momento que o país está em crise, tenho mais alunos e as aulas já são a maior parte do faturamento", reforça Karol, que trabalha com decorações artísiticas.

Sedução. Na busca pela diversificação, empresas como a Wondercakes, liderada pela empresária Paula Kenan, focam sua expansão atendendo o mercado corporativo. Em vez de depender apenas da venda para o consumidor final, as marcas têm em eventos uma alternativa para aumentar o faturamento e expandir os negócios. "É preciso invovar o tempo inteiro. Assim, você ganha a confiança da empresa e então consegue começar a trabalhar", explica Paula.

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Lindolfo Paiva, da rede Mr. Cheney, concorda com a empresária. "O mercado corporativo compreende, essencialmente, grupos que estão buscando uma alternativa. E, então, damos uma alternativa. E é precuso estar preparado para comunicar isso", pontua.

A May Macarons, criada pela empresária e chef Mayra Toledo, ainda mantém a loja física que atende, eventualmente, no varejo. Porém, as festas e os eventos empresariais garantem a produção e venda dos macarons abrasileirados criados pela sua equipe. "O cliente não quer duas vezes a mesma coisa, mas ele não sabe necessariamente o que quer. É preciso oferecer soluções. A decoração deste Natal não pode ser igual à do ano passado."

Palavra final. No quarto módulo representantes das já consolidadas Ofner, Havanna e Di Cunto deram dicas de quem chegou lá, mesmo enfrentando diversos períodos de crise. 

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"Planejamento é a palavra de ordem. Mas falta tempo, as vezes, para discutir a empresa no geral. A gente acaba ficando mais focado em resolver o problema do dia", reflete Marco Alfredo, da Di Cunto.

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Na Havanna, a gestão estratégica também é ferramenta para garantir a eficiência do negocio. "É possível para fazer muita coisa gastando pouco dinheiro. Às vezes, basta você colocar as pessoas nos lugares certos", pontua Conceição Cunha, diretora da Havanna Brasil.

Para o diretor comercial da Ofner, independente do momento econômico do País ou demais fatores externos que possam influenciar um negócio, é preciso manter os pés no chão e uma visão realista para empreender. "O novato precisa entender que o varejo não é um trampolim. Atuar no varejo é um processo que envolve tempo. Muita gente não consegue esperar esse tempo", explica Laury Roman.

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