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Eu acredito na renovação, afirma o jovem presidente da Malwee

Guilherme Weege assumiu a presidência da empresa em 2011, com 31 anos, e levou a indústria para o varejo

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Por Gisele Tamamar
Atualização:

Desde criança, Guilherme Weege frequentou a empresa da família, a Malwee, em Jaraguá do Sul, Santa Catarina. Primeiro por lazer, depois como trabalho. Com 10 anos ele já fazia tudo: de colagem de caixa até separação de pedidos. Aos 13, passou a frequentar reuniões da gerência. Por isso, assumir a presidência da empresa aos 31 anos, em 2011, foi um processo natural. “Eu acredito muito na renovação”, disse Guilherme, que levou a tradicional indústria de vestuário para o varejo.

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Guilherme cursou administração em São Paulo e também estudou fora do País. Voltou para a Malwee em 2004. “Conhecia as pessoas pelo apelido, por ter trabalhado junto desde pequenininho. Isso faz criar um amor especial. No início é meio forçado, mas depois a vontade vem.”

O empresário acredita plenamente que um negócio familiar pode ter sucesso. Segundo ele, essas companhias, em geral, se endividam menos e dão passos de crescimento com mais cautela por terem uma visão de longo prazo. O problema, ainda de acordo com Guilherme, é que muitas delas não se renovam – ou falta interesse das novas gerações ou os mais velhos não sabem lidar com a sucessão.

No caso da Malwee, a maneira encontrada por Wandér Weege para passar a presidência ao filho sem traumas foi achar outra atividade: uma vinícola. “Hobby de empresário tem que se pagar”, brinca Guilherme.

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Na verdade, para o processo de substituição, a empresa criou alguns mecanismos de controle: montou conselho familiar, de administração, tem conselheiros independentes e criou até mesmo regras para a próxima geração que se interessar em fazer parte do negócio. A sucessão familiar foi um dos assuntos debatidos pelo empresário durante o Encontro PME com empreendedores. Confira os principais trechos.

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Varejo 

Uma das principais ações de Guilherme no comando da Malwee foi levar a empresa para o varejo. Mas como implantar a cultura de varejo em uma indústria? “É quase uma ruptura. Ficamos estudando o modelo durante três anos. Foi uma mudança organizacional enorme. Colocamos um time inteiro de varejo, com DNA novo.” A estratégia, segundo o empreendedor, foi uma maneira de fortalecer a marca catarinense. 

“Para ganhar mais relevância, a marca tinha que estar nos shoppings, onde está a população formadora de opinião. Há cinco, dez anos, se falava em briga de canais. Hoje a marca precisa estar em todos e dar acessibilidade ao consumidor.”

Inovação 

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Pela origem industrial, a Malwee sempre buscou a inovação, até para ser mais competitiva. Antes, quando o mercado não era aberto aos estrangeiros, inovação era ter uma máquina que o concorrente não tinha, como uma estamparia. Atualmente, isso não serve como diferenciação. Por isso, o empreendimento trabalha inovação em duas frentes distintas: redução de custos e produto.

Um exemplo do segundo caso é o lançamento de uma linha de peças com cápsulas hidratantes em parceria com a Nanovetores. Os ativos são liberados quando o produto entra em contato com a pele e o benefício dura entre 20 e 30 lavagens. Mas Guilherme fez um alerta importante aos empreendedores. 

“Participamos da NRF (principal feira do varejo mundial), da palestra: ‘Inovar para não morrer, mas não morra inovando’. É muito dinheiro que vai para a inovação sem um resultado específico”, disse.

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Sustentabilidade 

A Malwee tem diversas iniciativas nessa área, desde a neutralização dos gases do efeito estufa com o selo Carbono Livre, passando pela reutilização de água e produção de peças a partir de material reciclado de garrafas PET. “Se pensar no lado financeiro, o empresário não faz investimento em sustentabilidade. Se ele não tem uma visão, não acredita naquilo, ele não faz porque é mais caro. O público dá valor? Ainda não. É um trabalho de construção. O motivo de fazer é mais de olho nas próximas gerações, de inspirar os outros a agirem da mesma forma e pensar na sustentabilidade como um todo.”

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