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Estúdio de tatuagem deixa preconceito de lado e se transforma em um bom empreendimento

Barbearia e até brechós também podem ser boas opções de negócios atualmente

Por Cris Olivette e OPORTUNIDADES
Atualização:

 O setor de tatuagem deixou de ser visto com preconceito e se transformou em um bom negócio. Segundo o Sindicato das Empresas de Tatuagem e Body Piercing do Brasil, o segmento vem crescendo 20% ao ano, enquanto os profissionais vão se firmando como prósperos empreendedores. “Os tatuadores chegam a fazer três tatuagens por dia, com valor médio de R$ 400 cada”, diz Roberto Ferraraccio, conhecido no meio como Saddam.::: Siga o Estadão PME nas redes sociais ::: :: Twitter :::: Facebook :::: Google+ :: Dono de um estúdio em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, Saddam está no ramo há 19 anos e conta que no começo teve de trabalhar como web designer para se manter. Em sua opinião, a popularidade da tatuagem vem crescendo e formando adeptos de todas as idades, tornando sua aceitação mais abrangente. “Tenho uma cliente de 62 anos. Ela é professora e já tatuou as mãos, antebraços e pescoço.” Com 15 tatuagens no corpo e seis prêmios no currículo, Saddam conta que batalha para regulamentar a profissão. “Sempre fui meio sindicalista. Para tentar unir o pessoal realizei, em 2010, a primeira Tattoo Art Festival. Afinal, uma categoria unida pode conquistar mais coisas.” No momento, o tatuador organiza o segundo festival, que ocorrerá de 27 a 29 de abril, no centro de exposições Vera Cruz, em São Bernardo. “Com o mercado em franca ascensão, nossa expectativa é de atrair 25 mil visitantes aos 180 estandes.” Saddam diz que tatuadores do Japão, Argentina, EUA e Peru já confirmaram presença, além de nomes de destaque de todo o Brasil. Para ele, o segmento pode ser uma ótima opção de investimento. “Principalmente na industria, porque a maior parte do material que usamos é importada.” Um outro ramo que vem prosperando após ter caído em desuso durante décadas, é o de barbearia. O proprietário da Garagem Barbearia e Estética para Homens, instalada em Moema, na zona sul da capital, Enrico Damasceno Montes, conta que, em 2001, decidiu montar o negócio após uma pesquisa comprovar a tendência masculina de recorrer a tratamentos de beleza. “No começo foi difícil, mas hoje fazemos entre 70 e 90 atendimentos por dia, sendo que o tíquete médio é de R$ 130 por cliente.” Além de cultivar o ritual da barba feita com navalha, o salão oferece serviços de estética facial, corporal e capilar. Dispõe, ainda, de massagens como shiatsu, pedras quentes, drenagem linfática e gordura localizada. O destaque, porém, está no pacote para o Dia do Noivo, que custa entre R$ 529 e R$ 663. “No preço está incluído o almoço, porque o atendimento dura de cinco a seis horas”, diz Montes. Outro empresário que viu no setor de barbearia um bom negócio foi Tiago Cecco. “Montei o primeiro salão em 2007, no centro de São Paulo. Eu queria retomar a velha tradição das barbearias clássicas, criando um reduto dedicado à cultura masculina.” Hoje, Cecco possui três salões da Barbearia 9 de Julho onde, segundo ele, o cliente fica a vontade para conversar sobre qualquer assunto. Nos salões, com decoração retrô, são oferecidos os serviços de corte de cabelo e o barbear tradicional - com toalha quente embebida em essência de eucalipto e o uso de navalha para escanhoar. O pacote completo sai por R$ 50. Já a empresária Maria Cristina Zemella montou um negócio que poderia ser chamado ‘da China’. “Eu sofria de compulsão por compras e recorri à terapia para me tratar.” Durante as sessões, Cristina percebeu que ter uma atividade poderia ajudá-la a superar o transtorno, e resolveu montar o brechó Armário da Vizinha, vendendo suas próprias roupas. “Transformei minha doença em negócio, hoje estou curada, e só compro bastante para abastecer a loja, porque os clientes gostam de coisas novas todos os dias.” Cristina avalia que há dez anos, quando montou o brechó, havia preconceito em relação a esse tipo de loja. “Escolhi uma rua discreta justamente para evitar que os clientes ficassem constrangidos, com receio de serem vistos entrando num brechó. Atualmente, isso mudou.” Quem não tem dúvidas sobre a superação desse preconceito é a proprietária do Capricho à Toa, Denise Pini de Carvalho. “No último sábado de março computamos que 900 pessoas passaram por aqui.” Denise diz que o foco do Capricho à Toa são roupas atuais de marcas famosas. Segundo a empresária, 15 mil pessoas são atendidas por mês em sua loja, com gasto médio de R$ 100. “Brechó é um negócio interessante, qualquer pessoa pode montar um. Basta angariar uma quantidade de peças e organizá-las num espaço, como numa garagem. Foi exatamente assim que comecei,” revela.

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