PUBLICIDADE

Publicidade

Estiagem dá ânimo a especialistas em economia de água

Falta de chuva redobra os ânimos de pequenos que se dedicam a serviços e soluções que reduzem o consumo de água

Por Gisele Tamamar
Atualização:

A falta de chuva e o risco de racionamento de água refletiram no aumento da demanda por produtos e serviços relacionados à economia do insumo. Na esteira dessa oportunidade, alguns empresários que se dedicam ao segmento, se ainda não começaram a faturar mais, pelo menos parecem agora mais otimistas quanto às perspectivas de negócios de curto prazo.

PUBLICIDADE

::: Siga o Estadão PME nas redes sociais ::::: Twitter :::: Facebook :::: Google + ::

A Acquamatic, por exemplo, sonha alto. a empresa espera dobrar o faturamento neste ano. Já a TRC Sustentável, outra representante do setor, trabalha com a meta de quase triplicar a venda de franquias, saindo das atuais 32 unidades para 100 no período.

A Acquamatic foi criada há 20 anos em São Paulo quando o administrador de empresas Leonardo Lopes de Sousa já estava aposentado e resolveu inventar equipamentos para combater o desperdício de água. Desde então, trabalha com quatro produtos no portfólio: um vaso sanitário que utiliza dois litros de água contra a média de seis litros das opções convencionais; uma torneira com temporizador que só libera a água quando o usuário soltar o acionador; além de uma  ducha aerada e um bico ecológico para a torneira da cozinha.

A venda dos produtos para o consumidor final ainda representa uma pequena fatia do faturamento: 10%. O grosso da demanda é mesmo do mercado corporativo, uma mescla de consultoria e fornecimento de equipamentos que ele denomina projeto Cura.

Funciona assim: a empresa faz um contrato de performance com grandes consumidores de água, como hotéis, condomínios e hospitais. Sousa banca a implantação do projeto no prédio (material, mão de obra e equipamentos) e, depois da instalação, a empresa contratante repassa 50%, em média, da economia que registrou na conta de água por um período de 36 a 72 meses.

"Este ano pretendemos incrementar as vendas e nomearmos representantes pelo Brasil. Toda essa discussão sobre a falta de água serviu para a população acordar para esse problema", afirma Sousa, que faturou R$ 1,5 milhão no ano passado.

Publicidade

Já a TRC Sustentável foi criada em Goiânia por Anderson Silva, em 2004. Inicialmente, a empresa trabalhava com a venda ao varejo de um dispositivo para reduzir o volume da água consumida. O negócio evoluiu e virou franquia no ano passado. Atualmente são 32 unidades em 15 estados brasileiros.

A meta é atingir 100 franquias ainda neste ano e faturar R$ 5 milhões. "Participamos de uma feira de empreendedorismo no mês passado e a procura surpreendeu nossas expectativas", afirma Silva.

A TRC oferece um serviço que inclui diagnóstico nos imóveis para verificar se existe vazamentos e infiltrações, além da instalação de dispositivos para economizar até 40% na conta de água. São equipamentos que controlam a presença de ar na rede e o fluxo de água nas torneiras e chuveiros. O serviço custa a partir de R$ 250.

PUBLICIDADE

Para abrir uma franquia, o investimento inicial é de R$ 35 mil, mais os gastos com obras e mobiliário do ponto físico de R$ 8 mil a R$ 14 mil. O faturamento das unidades variam de R$ 20 mil a R$ 60 mil, com margem líquida em torno de 37%.

Análise. O professor de empreendedorismo do Insper, Marcelo Nakagawa, tem dúvidas se o brasileiro continuará demandando soluções que reduzam o consumo de água passado o momento de crise de abastecimento. "Estamos acostumados com o uso em abundância porque pagamos razoavelmente pouco por ela. Toda mudança de hábito só ocorre a partir de uma crise aguda", afirma. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.