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Entrevista: 'O negócio de franquias é resiliente'

Para André Friedheim, presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), setor oferece vantagens para quem deseja abrir primeiro negócio

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Por Redação
Atualização:

Para André Friedheim, diretor-presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF) para o biênio 2019/2020, as franquias oferecem importantes vantagens a quem começa um primeiro negócio. Uma delas são as marcas mais fortes presentes no setor. Com nomes consolidados no mercado, a segurança para um investimento é maior. “É preferível uma marca que já conheço que tentar algo novo de que posso me arrepender depois”, disse.

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Segundo Friedheim, o mecanismo de funcionamento em redes também faz diferença. Isso porque proporciona maiores ganhos de escala, mais know-how e acesso mais fácil a fornecedores e tecnologia. Mesmo assim, é preciso tomar alguns cuidados. “Qualquer negócio envolve riscos, e com franquias não é diferente”, alerta. Por isso, é preciso planejamento antes de começar e comprometimento depois de iniciado o negócio.

Quais são os impactos da crise no setor? O varejo sofre um pouco mais com essa situação, mas o franchising é mais resiliente do que os outros setores. Temos marcas mais fortes, mais know-how, maiores ganhos de escala, acesso mais fácil a fornecedores, tecnologia mais acessível. O investidor ganha mais força para competir.

E as perspectivas diante do cenário econômico do País? Todos os desafios conhecidos na economia, como a alta carga tributária, também afetam o setor de franquias. Mas, os ganhos de escala acabam facilitando a superação das dificuldades. Vejo boas perspectivas mesmo na crise, porque trabalhar em rede é mais vantajoso do que de forma independente.

Friedheim aposta no sucesso do trabalho em rede Foto: Keiny Andrade

Por que ser um franqueado pode ser vantajoso? Eu defino franquia com a palavra ‘acesso’. Pode ser a marca, o know-how, a tecnologia, os ganhos de escala. A possibilidade de participar de uma rede de negócios garante ao empreendedor mais força do que se fosse em um negócio individual. A franquia dá essa vantagem, que é de sair na frente. Mas, nada vai substituir o trabalho do franqueado na ponta. Sempre com apoio do franqueador.

Quais os segmentos mais promissores para se ter uma franquia? Alimentação é um setor tradicional, continua crescendo. Os aplicativos são mais um canal de distribuição que ajudam o segmento. As pessoas comem três vezes por dia. Então, é um setor bem forte. Há, também, os serviços educacionais, porque existe um déficit do governo que permite que empresas de escolas particulares tenham um espaço a crescer. Só uma minoria do país fala inglês, por exemplo. E o setor de serviços em geral. Estamos passando por uma fase de profissionalização dos serviços no Brasil. Isso tem influência de marcas de franquias estrangeiras. Se antes os clientes podiam ficar incomodados com o ambiente de oficinas mecânicas, agora já existem marcas que prestam esse serviço de forma muito mais profissional do que no passado: fornecem nota fiscal, seguro, treinamento aos funcionários, a oficina está sempre limpa. Você confia mais. Todo esse processo de profissionalização dos serviços vai fazer com que esse segmento continue crescendo por mais um tempo.

Existem vantagens específicas em se trabalhar com uma marca? A marca é muito mais importante no atual momento, porque ninguém quer errar ao fazer uma compra. Com a credibilidade da marca, a compra é certeira. É preferível uma marca que já conheço do que tentar algo novo de que posso me arrepender depois.

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Os empreendedores de franquias também enfrentam riscos? Qualquer negócio envolve riscos e com franquias não é diferente. Mas, o risco é menor. As taxas que devem ser pagas às franqueadoras ainda são menores do que os custos de abrir uma empresa de maneira independente.

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