Empresas do interior da Alemanha exportam instrumentos musicais pelo mundo há 400 anos

Saiba como 113 pequenos negócios se mantém prósperos em um setor de alta concorrência desde o século 17

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Por Redação
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Uma pequena cidade alemã de nome difícil de pronunciar, bem perto da fronteira com a República Checa, é um exemplo impressionante de como pequenas empresas organizadas transformam o peso da tradição em uma próspera cadeia de negócios, capaz de se manter em evidência mundial há cerca de 400 anos.

::: Estadão PME nas redes sociais ::: :: Twitter :: :: Facebook :: :: Google + :: A história se desenvolve na pacata Markneukirchen, que reúne 113 empresas envolvidas na confecção de instrumentos musicais, como violinos, cítaras, clarinetes e trombones, assim como seus acessórios.  O local foi destaque em uma reportagem publicada pelo canal de empreendedorismo da BBC, o BBC Running a Business (acompanhe aqui a reportagem original, em inglês). Quase a totalidade das empresas são familiares. E operam um sistema de produção inteiramente artesanal, com a mesma dinâmica e rituais lançados no início dessa proliferação empreendedora, no século 17, quando um grupo de protestantes, incluindo alguns mestres em produção de instrumentos musicais, chegou à cidade fugindo da perseguição religiosa de que era alvo. De lá para cá, o método tem sido transmitido sucessivamente de pai para filho. E assim, por volta de 1900, 80% dos instrumentos musicais que circulavam pelo mundo tinha como destino as fábricas locais. Mas tamanha tradição não quer dizer que a comunidade tenha, literalmente, parado no tempo. Isso porque as novas gerações, apesar de conservadoras quanto à fabricação, empregam conceitos avançados de comercialização e marketing, com direto a domínio de e-commerce e de canais internacionais de distribuição e comercialização. Exatamente por isso, as pequenas empresas de Markneukirchen não demonstram preocupação com o avanço dos chineses no cenário de competição global, motivo de dor de cabeça entre fabricantes mundo afora. "Nós sobrevivemos porque fazemos instrumentos especiais para pessoas especiais", conta Kerstin Voigt, a nona geração à frente de uma fábrica de trombones. "A China não é um problema para mim. China tem preços baixos e qualidade baixa. Tem também qualidade alta, mas os preços também são altos. E os músicos chineses querem instrumentos europeus", afirma Bjorn Stoll, que produz contrabaixos.::: Leia também::: :: Fabricante de instrumentos com 112 anos conta como sobrevive aos importados :: :: Setor musical precisa afinar a gestão para continuar a crescer e movimentar R$ 1 bi :::: O que três músicos de sucesso fazem quando precisam comprar seus intrumentos ::

 
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