29 de junho de 2016 | 06h00
Logo em janeiro, Doria precisou tomar uma decisão que protelava há meses: demitiu 12 dos 92 funcionários da rede de cinco lojas. A crise fez com que a empresa não crescesse em 2015. Por isso, diz Doria, a redução de pessoal foi inevitável.
Para ele, que vive a retração do mercado consumidor na pele, o corte de custos e de mão de obra ainda não acabou. No Depósito da Lingerie, Doria afirma que a queda nas vendas é “generalizada”. Ele não trabalha mais com a hipótese de que o empreendimento vá se recuperar até o fim de 2016. “A conversão de venda, que é quando o cliente entra na loja e compra, diminuiu. O tíquete médio também caiu. Por isso, todos os ajustes foram e são necessários”, comenta o empresário.
No decorrer do primeiro semestre, o cenário não melhorou para Doria. Em fevereiro, março e abril, as vendas caíram 5% em relação ao mesmo período do ano passado. As principais efemérides do período para o Depósito da Lingerie, o Dia das Mães e o Dia dos Namorados, apenas reconduziram o negócio para o zero a zero no jogo do faturamento. Doria viu, então, a necessidade de reformular o estoque. “Houve uma ampliação da preferência pelos produtos de características básicas. O consumo do que é considerado supérfluo diminuiu consideravelmente”, lamenta o empreendedor.
Investimentos. Por isso, a máxima de enxugar a estrutura para sobreviver à turbulência econômica deve continuar como fator principal do negócio de Marcelo Doria até, pelo menos, o segundo semestre de 2017. É quando o empresário projeta seu palpite de retomada do crescimento do consumo no Brasil. Por enquanto, ele tenta manter o bom humor. “Ser motivado é uma condição que ainda não nos onera financeiramente”, brinca.
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