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Empresária abre oficina mecânica exclusiva para mulheres no Distrito Federal

Empreendedora foi enganada em uma oficina mecânica. E transformou o problema em um negócio especializado

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Por Redação
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 Agda Oliver de início talvez não tenha se dado conta. Mas ao ser enganada em uma oficina mecânica - e decidir por conta disso abrir seu próprio negócio no segmento - ela tornou-se dona de um empreendimento inovador. Sim, inovador, afinal, a oficina de Agda é especializada em atender mulheres no Distrito Federal. "Sempre tive vontade de empreender, ser dona do meu próprio negócio. Ao conhecer a história de outras mulheres que foram enganadas por mecânicos, percebi que montar uma empresa voltada para mulheres seria uma ótima oportunidade", afirmou a ex-bancária para a Agência Sebrae de notícias. As paredes da oficina, que fica em Ceilândia, são cor de rosa. Mas o serviço prestado por Agda vai além disso. Ela fornece dicas por email sobre manutenção, revisão e até ensina como trocar o pneu do carro. Feliz com o negócio, Agda já pensa em expandir a empresa: "Em cinco anos, quero montar franquias em Brasília e quem sabe até em outras em cidades. Até lá, quero estar preparada e padronizar todo o atendimento", conclui. A estratégia de Agda faz todo sentido, apontam especialistas. Afinal, segmentar é hoje um importante diferencial para fazer frente a uma concorrência cada vez mais agressiva. Conheça abaixo o exemplo de uma empresa que também fez sua segmentação para mulheres e, por isso, está se dando super bem no mercado.UM LABORATÓRIO SÓ PARA MULHERES Ao decidir atender apenas mulheres e eleger a qualidade do atendimento como principal diferencial competitivo, os sócios do laboratório Femme tiveram de aprender a prestar atenção aos detalhes. E, graças a esse olhar minucioso, eles conseguiram criar um ambiente que não lembra em nada as salas frias da concorrência.

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Mas, depois de crescer mais de 50% ao ano e faturar R$ 13 milhões em 2010, os empresários agora se veem forçados a pensar grande. “Para dar continuidade à expansão, não tem jeito: precisamos abrir outras unidades”, reconhece o radiologista Décio Roveda Junior, sócio do laboratório. O desafio será manter nos outros endereços o mesmo clima intimista da matriz.

Na única unidade do Femme, inaugurada em 2000 no bairro paulistano do Paraíso, há quadros de artistas plásticas renomadas nas paredes, flores nas mesinhas e salões aromatizados. Existe uma sala de espera destinada apenas a quem fará exames de rotina e outra para mulheres que estão aguardando por exames mais específicos.

A divisão se explica. “O primeiro grupo deseja que nós sejamos rápidos e eficientes, porque não querem perder tempo com exames periódicos”, justifica Roveda. “Já o segundo grupo precisa de mais cuidado e atenção porque muitas vezes essas mulheres já sabem que estão doentes ou estão fragilizadas, pois vieram aqui para descartar ou confirmar alguma suspeita médica.”

Para atender 4 mil mulheres e realizar 40 mil exames por mês, os 90 funcionários do laboratório recebem treinamento contínuo. “Basicamente, nós os ensinamos a se anteciparem aos possíveis questionamentos que as mulheres farão, deixando-as mais seguras”, explica Roveda.

Um sistema eletrônico monitora cada passo da paciente no laboratório. “Não queremos que ela fique esperando. Assim que ela termina um exame, já encaminhamos para o próximo procedimento”, diz Roveda.

Assim, a empresa também ganha produtividade. “No setor de serviços, tempo parado é tempo perdido. Por isso, ao reduzir os intervalos entre um exame e outro, conseguimos atender mais pessoas e aumentar o faturamento”, afirma o médico.

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Mas isso não significa que Roveda queira superlotar a unidade. Pelo contrário. Com espaço limitado e casa cheia, a empresa passou a selecionar melhor seus clientes. Descredenciou os convênios que ofereciam baixa remuneração e passou a fazer ações de marketing direcionadas a uma seleta lista de médicos renomados na cidade. Com isso, a lucratividade aumentou.

Em 2012, o laboratório poderá receber mais pacientes, porque sua área será ampliada em 650 metros quadrados. No edifício em construção ao lado da unidade atual, o Femme vai ocupar a parte térrea do prédio – resultado de um acordo feito entre os sócios do laboratório e a incorporadora responsável pela obra.

Para competir com gigantes do setor, entretanto, o Femme precisa de capilaridade. Por isso, os sócios já estudam propostas para receber aporte de um fundo de investimentos. Com a entrada de capital, Roveda planeja abrir uma unidade a cada ano.

“Como no setor de serviços a qualidade é um valor essencial, o ritmo de expansão precisa ser estudado para que isso não se perca”, avalia Vladimir Valladares, da consultoria V2 Consulting. “A maior dificuldade, nesse caso, é conseguir contratar e treinar mão de obra para que os processos sejam reproduzidos em cada detalhe.”

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