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Para reduzir déficit, empresa forma novo perfil de profissional

Segundo empreendedora, não é preciso ser homem, jovem, nerd e vir de uma universidade de ponta para trabalhar no setor

Por Letícia Ginak
Atualização:
Visão. Juliana Glasser fundou a Carambola para aliar a oferta do setor à diversidade organizacional. Foto: Tiago Queiroz/Estadão Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O principal argumento de Juliana Glasser para defender o modelo de negócio da Carambola, que capacita pessoas para trabalhar no setor de tecnologia ao mesmo tempo em que provoca e estimula a diversidade, é forte: “Até 2019 vamos ter um déficit de mais de 450 mil vagas na área de tecnologia na América Latina”. O dado apresentado pela empreendedora é de um estudo da Cisco System em conjunto com a International Data Corporation (IDC), que apresenta essa projeção. 

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A falta de profissionais capacitados em TI é corroborada pelo vice-diretor de mercado da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), Silvio Kotujansky. “Esse déficit é histórico e continua aumentando. Existe muita vaga qualificada aberta hoje no País”, diz. 

Para conseguir equacionar o número de pessoas capacitadas para trabalhar no setor com a oferta de vagas, Juliana acredita que só há uma maneira: quebrar o estereótipo de que para ser programador é preciso ser homem, jovem, nerd e formado por universidades de ponta. “Qualquer pessoa pode aprender a trabalhar com tecnologia”, alega Juliana.

Proposta. Inicialmente posicionada no setor de tecnologia, Juliana hoje define a Carambola, fundada em 2011, como uma empresa de educação. “Formamos times para trabalhar com tecnologia.”  A execução do trabalho passa por algumas fases. Empresas maiores e que buscam preencher vagas internas de tecnologia procuram a Carambola para ajudá-los a encontrar profissionais. A equipe de Juliana, então, encontra pessoas interessadas em seguir carreira na área e as capacitam em um programa interno de formação com duração de seis meses. 

Durante esse período, na Carambola, o profissional se dedica completamente ao desenvolvimento de softwares e outras atividades relacionadas à empresa contratante. Após o programa, é efetivado pela empresa. 

“Hoje, operamos com um limite de 100 pessoas na capacitação. Então o time da Carambola é vivo, ele roda a cada seis meses, que é o tempo de duração do programa”, acrescenta. 

A diversidade é a premissa da empresa. As pessoas que participam do programa de capacitação, na maioria das vezes, encontram barreiras para entrar no mercado de trabalho. Por exemplo mulheres, mulheres negras e LGBTs. 

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“A provocação vem em ondas, a primeira é a conscientização, em que você precisa explicar. Precisa primeiro amadurecer esse conceito na cabeça das pessoas. O trabalho dos próximos três anos da Carambola é fazer esse ecossistema perceber que é possível integrar essas pessoas em várias iniciativas”, acredita Juliana. 

Para Kotujansky, da Acate, a inclusão da diversidade é uma questão mais qualitativa do que quantitativa. “É trazer para a empresa visões diferentes, algo muito importante hoje em dia.” 

Juliana Glasser é uma das palestrantes do Encontro Pró-PME, a ser realizado nos dias 26 e 27 de setembro no prédio Tomie Ohtake. Mais informações sobre a programação em www.semanapropme.com.br.

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