
16 de dezembro de 2014 | 06h59
Mesmo diante do atual cenário econômico, o mercado das bicicletas mostrou-se promissor em 2014. Os empresários Tito Caloi, atual proprietário da Tito Bikes e bisneto do fundador da tradicional fabricante Caloi, e Luiz Pina, sócio da empresa de aluguel de bicicletas Green Bike e proprietário da loja Avanti, comemoram o período de prosperidade. Ambos, inclusive, apostam que o segmento ainda vai melhorar nos próximos anos desde que ocorra a implementação de políticas de incentivo à fabricação, montagem e uso das tradicionais ‘magrelas’.
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Pina, por exemplo, é só sorrisos ao falar sobre o desempenho de sua empresa durante este ano: “Acredito nessa tendência (também) para 2015 e 2016. A economia esteve estagnada durante 2014, o que não impediu nossa evolução. Só torcemos para, se chover, que seja à noite. Quando chove durante o dia, o parque fica muito vazio.” A principal vitrine do empresário atualmente é o aluguel de bicicletas no Parque Villa-Lobos, localizado na zona oeste da cidade de São Paulo.
Pina tem muito orgulho de falar sobre os avanços que conquistou desde que venceu a licitação para administrar o aluguel das bikes. “O tempo médio de atendimento de uma pessoa, na época, era de 7 a 10 minutos. Desenvolvemos um sistema que nos permite, hoje, cadastrar uma família inteira em 1 minuto e meio”, conta. Em um domingo, dia de maior movimento, o empréstimo de bicicletas chega a 7 mil unidades.
Tito Caloi, outro empresário que participou do encontro, voltou a apostar nas bicicletas, campo de atuação da sua família, em 2009. A empreitada dos Caloi com o meio de locomoção começou em 1898, quando o avô de Tito chegou da Itália e montou uma oficina. A fábrica da família foi vendida em 1999, época em que os negócios estavam estagnados.
“Não voltamos ao mercado para ser mais um. Oferecemos produtos diferenciados. E hoje há um movimento mundial a favor da bike”, comemora. As novidades da Tito Bikes envolvem produtos voltados para o público infantil, com parceria estabelecida com times de futebol de São Paulo e Rio de Janeiro. O empreendimento aposta ainda nas urban bikes, indicadas para deslocamentos na cidade. “As perspectivas são muito boas. A estrutura construída pela mobilidade por meio das bicicletas é irreversível. O uso da bike está cada vez mais seguro”, aposta.
Por mais animador que o cenário seja para aqueles que desejam empreender no segmento, entraves burocráticos podem exigir do investidor uma dose extra de paciência. Os altos impostos e a demora para regularizar uma empresa são reclamações recorrentes. “Estamos lutando por uma redução na carga tributária, que chega a 70% no caso das bikes. É maior do que os impostos para automóveis. Burocracia é uma palavra que falamos todos os dias e é um aspecto que atrapalha bastante”, analisou Tito.
Luiz Pina também aproveitou o evento para alertar sobre as responsabilidades de ser o próprio patrão. “Se antes você trabalhava 8 horas e reclamava, com o negócio próprio você vai trabalhar 12 horas. Todos os seus clientes vão se tornar seus patrões. É preciso pé no chão.”
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