Quando a economia vai mal e o desemprego começa a atingir até mesmo a mão de obra qualificada, abrir o próprio negócio pode parecer a alternativa mais viável para permanecer no mercado de trabalho. O fenômeno, conhecido como empreendedorismo por necessidade, chegou em 2015 aos patamares mais altos dos últimos cinco anos no Brasil, conforme aponta a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2015, patrocinada pelo Sebrae Nacional.
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No ano passado, 46% das empresas novas, que já pagam salários e pro-labore, foram abertas a partir da necessidade do proprietário, índice superior aos 33% detectados no ano anterior. Dos negócios nascentes, aqueles que ainda não recolhem remuneração ou apresentam faturamento expressivo, 36% surgiram desta forma. Em 2014, 13% se encontravam nesta situação.
Por outro lado, o empreendedorismo por oportunidade, aquele que aparece de forma opcional, teve uma redução expressiva, chegando 56,5% das empresas abertas ao longo de 2015, inferior aos 70% registrados nos últimos três anos. Mesmo assim, ter o próprio negócio continua figurando entre os principais sonhos dos brasileiros, desejo relatado por 34% dos entrevistados em 2015, superior aos 31% registrados em 2014.
O presidente do Sebrae, Afif Domingos, aponta o emrpeendedorismo como saída para períodos de desemprego crescente, como acontece neste momento. “Precisamos facilitar a vida de quem empreende ou quer empreender. Quanto mais crédito e menos tempo o empresário perde com entraves burocráticos, mais ele pode se dedicar ao seu negócio, o que gera mais emprego e renda para os brasileiros”, pontua.
Pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, no ano passado foram fechados 115 mil postos de trabalho com carteira assinada para os brasileiros com Ensino Superior incompleto ou concluído, tendência que deve seguir para este ano.