29 de agosto de 2013 | 06h50
O setor de higiene bucal no Brasil, composto por enxaguantes, cremes, escovas e fios dentais, é dominado por grandes empresas. Pesquisa feita pela Nielsen mostra que o mercado movimentou R$ 3,5 bilhões no ano passado em vendas para o consumidor. “As grandes marcas devem ser responsáveis por pelo menos dois terços do mercado”, diz Arthur Oliveira, gerente de atendimento da Nielsen.
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Mesmo assim, há oportunidades para o pequeno empresário disposto a atuar no setor, como por exemplo o dentista Samuel Gomes. Ele decidiu empreender há mais de uma década, mas só emplacou o seu projeto recentemente.
Durante todo esse tempo, ele tentou vender a interessados uma escova dental com três cabeças – Gomes afirma que seu produto é mais eficiente do que os modelos tradicionais pois higieniza todos os lados dos dentes de maneira simultânea.
Depois de ter feito um protótipo em 1996, e participado de diversos concursos, Gomes venceu em 2011 um edital de inovação promovido pelo Senai. “Desde 2007, foquei o projeto em crianças e portadores de deficiência neuromotora, pensando em oferecer mais facilidade e eficiência na escovação principalmente a esses públicos.”
Essa segmentação, segundo ele, contribuiu para deslanchar o projeto. Gomes promete lançar a escova de três cabeças em setembro e pretende faturar com o produto R$ 500 mil nos primeiros seis meses. O investimento para o lançamento chegou a R$ 326 mil – uma parte viabilizada pelo próprio Senai. A produção, terceirizada, será de 30 mil unidades por mês, ainda que a capacidade máxima seja de 400 mil.
Outro empreendedor que entrou nesse mercado é Nilson Altair de Souza, CEO da Gift do Brasil. Ele começou o negócio há 12 anos, produzindo estojos para carregar produtos de higiene bucal. No início, o empreendedor vendia seu produto para empresas que o distribuíam como brinde para funcionários e clientes.
“Vendi mais de 5 milhões de estojos corporativos”, conta Souza. O estojo era equipado com creme dental, escova e fio dental de grandes companhias. Foi então que o empresário teve a ideia de produzir produtos com a sua marca, mas fabricados por terceiros. O negócio teve três momentos principais de investimento, que juntos atingiram R$ 250 mil.
Mercado. A empresa de Souza informa que grandes redes da região Sul, além do Pão de Açúcar, comercializam o seu estojo, também disponível no catálogo de produtos da Avon. Atualmente, a Gift tem apenas um creme dental vendido a parte do kit, a versão infantil sem flúor. “Se eu fosse vender cremes separados, seria apenas mais um no mercado, por isso escolhi apenas esse nicho”, diz.
Outra aposta do empreendedor, e que mostrou-se acertada, foi licenciar marcas que compõem o universo infantil, como a Galinha Pintadinha e os personagens da Disney. “Dobramos o faturamento, que em 2012 alcançou R$ 6,8 milhões. Neste ano, a empresa prevê ultrapassar os R$ 10 milhões.
Souza conta que os itens licenciados continuam a alavancar o negócio e devem ser o principal motor de crescimento da empresa. O empreendedor conta que a marca Galinha Pintadinha o abriu muitas portas – agora a empresa está negociando o Sítio do Picapau Amarelo para, dessa forma, expandir a linha de produtos.
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