
27 de outubro de 2015 | 07h08
Pense grande, mas comece pequeno. Esse foi o conselho do empresário Ronaldo Canova, CEO da La Naturelle, marca de produtos orgânicos que começou com polpa, investiu no sorvete, abriu uma gelateria e prepara o lançamento de um pão de queijo recheado. “Começamos desenvolvendo o sorvete em casa. Nos propusemos a fazer uma coisa que não existia”, lembrou o empreendedor.
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O empresário contou que sentiu os efeitos da crise a partir de fevereiro, mas também relevou que já havia começado a se preparar para o período. Canova traçou um plano de ações que envolveu revisão dos custos, aproximação ainda maior com o consumidor para ouvir as suas sugestões, lançamento de novos produtos, busca de novos canais de venda e ele ainda reduziu a sua margem de lucro.
“A briga é para o varejista repassar a redução para o consumidor final. O Brasil tem a cultura de colocar preço alto em tudo. O orgânico custa mais mesmo, mas não precisa ser isso tudo que as empresas colocam. A proposta é ganhar escala e ter a margem um pouco menor para deixar o produto mais acessível”, destacou o empreendedor durante o Encontro PME que ocorreu na quinta-feira.
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Na avaliação de Canova, o mercado de sorvetes passa por um movimento de sofisticação, impulsionado por uma clientela cada vez mais ávida por produtos diferenciados. “O brasileiro ainda está aprendendo a consumir o orgânico, mas tem aceitado e entendido bem”, disse o empresário, cujo desafio é comunicar os diferenciais dos itens que produz.
Canova trabalhou durante 20 anos como executivo antes de empreender. “Quando você está em uma empresa, você tem muitas assessorias e tudo vem muito mastigado. Quando você vai empreender, o mundo cai na sua cabeça e você tem de resolver todas as questões. Por outro lado, tem uma realização muito grade, de trabalhar com algo que gosta e acredita. Tem um propósito. Não é fácil, mas também não é impossível e é muito gratificante”, afirmou Canova, mostrando otimismo diante da retração.
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