
05 de outubro de 2018 | 06h00
“O empreendedorismo no meu caso veio muito de ultrapassar uma limitação. Às vezes empreender é inventar uma ideia que não existe”, acredita a skatista Karen Jonz, uma das palestrantes do Encontro Pró-PME, realizado na semana passada no Tomie Ohtake, em São Paulo. “Ando de skate desde 2000 e venho trabalhando com várias marcas. Já fiz linhas de roupa, agora estou trabalhando com tênis, de uma empresa que é só feminina”, conta. “Conheço meu público melhor do que ninguém.”
Apostar num campo com o qual se tem afinidade foi uma das dicas dadas pelos participantes do evento. Descobrir o que as pessoas da sua equipe fazem melhor, metrificar toda a operação e não ter medo de errar estiveram ainda entre as recomendações nos painéis, ao longo de dois dias. E, segundo diversos palestrantes, mais um aspecto importante: entrar por inteiro na empreitada: “Tem de fazer plano de negócio e respeitar centavos. Tem de fazer planilha, tem de ser rigoroso”, recomenda Isabela Raposeiras, do Coffee Lab, espaço com cafeteira e escola de barista.
Em busca do novo
Para Lucas Mendes, da WeWork, empresa com ambientes de trabalho compartilhado, o papel do empreendedor também é identificar oportunidades. “A gente pegou essa dificuldade que é você ter de alugar um imóvel para abrir seu negócio e transformou em algo simples. Você pode entrar na internet e já começar a trabalhar.”
A inovação, como mostram muitas das histórias vistas no evento, nem sempre é tecnológica. Às vezes está em trazer novos recortes para o mercado, como fizeram Tallis Gomes com a Singu (salão de beleza delivery) e Renato Velloso com o Dr. Consulta (centros médicos). Ou investir em pessoas, escolha de Carlos Humberto da Silva, da Diaspora.Black (experiências de viagem com cultura negra) e Juliana Glasser, da Carambola (inclusão social por meio de Tecnologia da Informação). Com outros nomes de destaque no empreendedorismo, eles falaram sobre desafios e tendências do setor.
Encerraram o Encontro Pró-PME dois artistas que não planejaram ser (mas acabaram por se tornar) empreendedores: Sandra Peres, da dupla Palavra Cantada, sucesso entre as crianças, e Alex Atala, chef do D.O.M, restaurante com duas estrelas no prestigiado Guia Michelin. “Criatividade não é fazer algo que ninguém faz. É fazer algo que todo mundo faz de um jeito que ninguém espera”, afirma Atala. “Inovação é criatividade com utilidade.”
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