
23 de maio de 2012 | 06h30
O paulista Marco Antonio Affonseca é o tipo de pessoa que, na hora de empreender, não perde tempo conjecturando sobre o risco do investimento. Exatamente por isso, quando decidiu lançar seu novo negócio, pareceu a ele natural não criar apenas uma empresa, mas investir logo em um novo segmento de mercado. Assim, Marco gastou R$ 4 milhões do próprio bolso para fundar a Colaki, empresa que, segundo ele, inaugura no Brasil o negócio de conveniência para universitários, mesclando relacionamento e oferta de serviços.
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“Do Brasil, não. Primeira rede de conveniência universitária do mundo”, corrige o empresário que, aos 32 anos, já apresenta um histórico de iniciativas como empreendedor. “Tenho dois bares e uma agência especializada em ativação de marcas. Mas nada me parece tão promissor quanto a Colaki”, declara.
Marco Antonio formou-se em arquitetura, mas conta que aproveitou o curso para descobrir que seu futuro estava na publicidade e organização de eventos. “Dos cinco anos que passei na universidade, quatro deles foram como presidente do Diretório Acadêmico. Foi lá que, de fato, me formei para o mercado e onde comecei a desenhar o modelo de negócios da Colaki.”
Quiosques
Lançado em 2011, o serviço consiste na instalação, dentro de universidades, de quiosques que comercializam ingressos para shows, peças de teatro, pacotes de viagens, palestras e cursos, além de divulgar vagas de emprego e estágio, promover gincanas e concursos.
Affonseca também oferece o serviço pela internet – o sistema responde por 30% das vendas e o empresário vê espaço para a plataforma ganhar espaço.“Vamos investir em ferramentas de relacionamento dentro do site para alavancar a sua utilização entre os usuários”, revela.
Mas, enquanto isso não acontece, a Colaki tem quatro quiosques instalados em universidades da cidade de São Paulo: Faap, FGV, Mackenzie e FMU. Em seu primeiro ano de funcionamento, a empresa vendeu 30 mil ingressos e faturou R$ 2,6 milhões, de acordo com o empreendedor. Para este ano, a previsão de crescimento é de 20%, o que lhe renderia faturamento de R$ 3,12 milhões. “Nossa expectativa é abrir mais 10 quiosques em universidades paulistas até o final de 2012”, declara ele, que, por conta do custo de instalação das unidades – R$ 30 mil para cada unidade –, mantém um ritmo cauteloso de expansão. “O ideal daqui para a frente será encontrar investidores para ajudar no custeio do crescimento”, diz.
Volume
E expandir é peça chave na estratégia da Colaki. Isso porque, além da venda de serviços, o empresário pretende, quando tiver um volume relevante de quiosques instalados, introduzir o serviço de ativação de marcas dentro dos quiosques. “Vamos fazer marketing direto dentro das universidades.” A ideia de Marco Antonio é agregar receitas, uma vez que o faturamento proveniente dos serviços oferecidos, afirma, é limitado. A estratégia, segundo Marcelo Nakagawa, coordenador do Centro de Empreendedorismo do Insper, é interessante. “Para as empresas, também vejo um grande negócio. Elas podem acessar um universo enorme de consumidores que não são apropriadamente atingidos pela publicidade”, destaca.“O que o empresário fez é, na verdade, empacotar uma série de serviços que já existem para os alunos, só que em uma única empresa”, analisa o especialista.
De acordo com pesquisa elaborada pela FGV, existem atualmente 63 milhões de estudantes universitários no Brasil. Um mercado que movimenta aproximadamente R$ 76 bilhões todos os anos em consumo.
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