"Não existe a Pokebola? Pois agora tem a Pokemoto", resume o motoboy de Fortaleza Denis Freitas Paz. Desempregado há um mês, quando foi demitido da lavanderia onde trabalhava, o agora empreendedor viu na chegada do jogo Pokemón Go ao Brasil uma oportunidade de começar o próprio negócio. Ontem mesmo, dia em que os downloads do game de realidade aumentada foram liberados em território nacional, ele publicou em sua página no Facebook e em grupos no Whatsapp o serviço de transporte para caçadores dos 'monstrinhos'.
Ao preço de R$ 25 a hora, Paz se propõe a guiar jogadores em busca dos Pokemóns por diversos pontos de Fortaleza. O serviço, porém, vai envolver inicialmente apenas as regiões mais movimentadas da cidade, como a Avenida Beira Mar, um dos principais pontos turísticos da capital cearense.
"Eu conheço bastante Fortaleza e sei quais são as regiões mais perigosas da cidade. E vou evitar correr nesses lugares", explica Paz. A conversa é interrompida a todo momento com novas chamadas. "A cidade todinha está me ligando", comemora. Apesar da alta demanda, o motoboy ainda não conseguiu fazer sua primeira corrida em busca dos Pokemóns. A justuficativa que dá é o interesse intenso dos veículos de comunicação pela sua história. "Preferi atender às entrevistas primeiro", se diverte.
São tantas mensagens e ligações que Paz se assustou e deicidiu acionar colegas de profissão para tentar montar uma frota que atenda à demanda. "Eu não imaginava que a procura ia ser tão grande, estou meuio perdido ainda. Já me deram até a ideia de patentear", conta.
Bônus. Os pequenos negócios também estão se movimentando em busca de atrair os adeptos da febre do Pokemón Go. A floricultura e loja de presentes Esalflores, em Curitiba, capturou, em pouco mais de uma hora, dez novos potenciais clientes com uma ação promocional para jogadores.
Até o dia 7 de agosto, quem for à loja e apresentar um Pokémon que remeta a flores, árvores ou outros itens comercializados por lá, ganha um brinde. Para participar, é preciso mostrar a um dos vendedores da Esalflores o histórico de criaturas capturadas, que fica guaradado na memória do jogo, com o exemplar em questão. Por enquanto, o estoque de presentes consiste em rosas e em suculentas, plantas ornamentais cultivadas em pequenos vasos.
O diretor geral da Esalflores, Bruno José Esperança, entende pouco sobre o jogo, mas acredita que o poder de atração do game pode potencializar suas vendas. "Não quero forçar a barra, quero que as pessoas entrem na minha loja", afirma. "E quando precisar de algo que temos aqui, com certeza esse cliente em potencial vai lembrar da gente", espera Esperança.
O empresário ainda não fez o download do jogo, mas seu filho de seis anos e seu irmão de 34 já aderiram. Para ele, conversar com outros adeptos é um diferencial para o negócio. "Sempre procuramos estar fora do clichezão. A clientela é um oceano azul, tem muito a ser explorado", reflete.