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Em educação, tecnologia e aula presencial são apostas

Inovações e adaptações em cursos contrastam com ensino tradicional

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Por Redação
Atualização:

O setor educacional busca inovar e se adaptar ao atual paradigma tecnológico, com a criação de novos cursos adaptados às necessidades do momento, como aulas de videomaker, criação de aplicativos, games e robótica. No entanto, ainda aposta na presença do professor em sala de aula e na troca de experiência entre alunos, elementos tidos como de alta relevância para o aprendizado.

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Apesar da crise, o segmento também tem conseguido manter sua resiliência, apostando no desejo de capacitação resultante desse período, seja da parte daqueles que buscam melhorar seu currículo para conseguir um emprego, seja daqueles que desejam aprimorar seus conhecimentos para manter seu emprego atual ou alcançar uma promoção.

Segundo a última pesquisa da ABF (Associação Brasileira de Franchising), que mostra o crescimento dos setores no primeiro trimestre de 2019, o segmento de educação aumentou seu faturamento em 8,1% e expandiu seu número de unidades em 6,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

Para André Beltz, busca por qualificação colabora na melhora do setor Foto: Henrique Kotaka

Bruno Padrão, diretor operacional da All Net, rede de escolas de idiomas, tecnologia e gestão empresarial, afirma que a franquia teve leve crescimento no primeiro trimestre deste ano, mas que os anos mais difíceis foram entre 2016 e 2018, quando mudanças foram necessárias, como capacitação dos colaboradores (equipe comercial e pedagógica) e alterações no modelo de negócios (comercialização de material didático, que antes não era feita).

Para ele, enquanto outros cursos têm apostado em programas interativos, em que um computador ensina as matérias, o que já pode ser encontrado no YouTube, a All Net ainda aposta no professor em sala, mas com uma abordagem mais prática.

“Na aula de informática, por exemplo, o professor não explica apenas o pacote Office, mas ensina para que essa ferramenta será útil no cotidiano dele para realizar outras coisas”, explica.

Segundo André Belz, fundador e sócio da Rockfeller Language, os últimos três anos foram de crescimento lento, mas este ano o cenário está mais favorável. As matrículas na rede aumentaram 40% no primeiro semestre de 2019 em relação ao mesmo período de 2018 e 60% dos alunos são adultos, o que indica uma busca por qualificação. “A empresa precisa se adaptar ao aluno. Oferecemos cursos online com dias e horários flexíveis, mas diferentemente dos EADs comuns, temos acompanhamentos presenciais nas escolas”, afirma Belz.

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Ele diz que a rede também oferece apoio complementar, seja por meio de aplicativo ou plataforma online, que permite ao aluno ter acesso a atividades complementares, acompanhamento com professores, agendamento de aulas e verificação de sua situação financeira.

Thiago Busigjnani, diretor Executivo do Centro Brasileiro de Cursos (Cebrac), também acredita na troca de experiência entre alunos na sala de aula.

“Os nossos cursos são 100% presenciais”, relata. Ele conta que a rede também tem criado novos cursos focados no público jovem (entre 15 a 18 anos), como robótica, criação de aplicativos, de games e videomaker. Outro investimento da empresa tem sido no curso de cuidador, devido ao aumento da expectativa de vida do brasileiro.

Franquias atendem os alunos idosos

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Não são apenas as franquias de saúde que têm encontrado na população mais idosa um nicho promissor. Serviços de educação também exploram esse mercado.

A enfermeira Angela Guimarães, que tem 63 anos e hoje é aposentada, sempre teve dificuldade com o idioma inglês. Gosta muito de viajar para outros países e queria se comunicar melhor. “Ficava muito chateada por não saber o idioma”, conta. Um amigo falou sobre a Top English, uma franquia que oferece aulas de inglês na casa do aluno, e ela resolveu experimentar os serviços. “Tenho duas horas de aula por semana”, conta a enfermeira. Uma professora de inglês, de 26 anos, vai à casa da aposentada no Recife (PE) às segundas e quartas. “O mais interessante é a conversação”, diz a aluna. Agora, ela tem uma viagem marcada para Vancouver, no Canadá, em agosto. Vai passar oito semanas estudando o idioma em uma escola local. A decisão foi por incentivo da professora.

Aulas para idosos realizaram sonho de Angela Foto: Evandro Rosa

O criador da franquia, Dilson Kossoki, conta que quase um quarto da base de alunos da Top English é de idosos, o que ele considera uma proporção expressiva.

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Kossoki diz que a proposta de aulas na casa do aluno oferece facilidades que são bem-vindas para esse público. É que, em outras escolas, o aluno idoso precisa dividir turmas com os mais jovens. Como os ritmos de aprendizagem são diferentes, isso pode comprometer a eficácia do serviço. “Desanima o mais velho e o mais novo”, observa. Ele também nota que, muitas vezes, é a preocupação de evitar o alzheimer que leva os idosos a procurarem pelas aulas de línguas.

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A franquia All Net, que oferece aulas voltadas à tecnologia, também encontrou uma forma de contemplar esse nicho de mercado. O curso “Melhor Idade” proporciona conhecimentos sobre o pacote Microsoft Office, além de noções sobre segurança virtual, serviços bancários que podem ser feitos online, entre outros. Os alunos do curso são de todas as faixas de renda, segundo o franqueado Bruno Padrão, que tem uma unidade da All Net na capital paulista. “Para esse público não existe muito um corte de estrato social”, explica.

Padrão observa que a procura pelo curso está mais relacionada à falta de atividades durante o dia e ao fato de que a maioria dessa população não teve oportunidade de assimilar conhecimentos em tecnologia no dia a dia.

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