
27 de julho de 2015 | 06h58
Começar um negócio próprio faz parte da lista de desejo dos brasileiros e isso se intensifica em momentos, como agora, de retração da economia. Mas antes de sair por aí gastando as economias de uma vida inteira, a dica principal para o candidato a pequeno empresário é planejar e saber exatamente onde se pisa. Pensando nisso, o Estadão PME ouviu um time formado por especialistas, pequenos, médios e grandes empresários com o intuito de amenizar a difícil tarefa de começar um negócio. As análises de quem conhece do riscado são importantíssimas diante do quadro atual.
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Os últimos dados divulgados sobre desemprego mostram que o índice chegou a 8,1% no trimestre encerrado em maio. No mesmo período de 2014, o número estava em 7%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE.
Um dos reflexos do aumento do desemprego é o crescimento do número de brasileiros que recorreram ao trabalho por conta própria – categoria que engloba desde profissionais autônomos até vendedores ambulantes. No mesmo período de comparação, essa atividade por conta própria registrou crescimento de 4,4% e o número de empregadores aumentou 8,1%. Por isso, a recomendação do professor do Instituto de Economia da Unicamp, Miguel Juan Bacic, para quem foi demitido e está tentado a investir o valor da indenização em um negócio, é prudência. “Uma coisa é empreender quando tem uma oportunidade e outra, desespero”, afirma.
Bacic destaca que a abertura da empresa tem de estar ligada não apenas aos recursos financeiros. “Muitas vezes, quem perdeu o emprego não tem as competências e nem as redes de contatos necessárias para tocar um negócio e a chance de perder o dinheiro é muito grande.”
O professor de economia do Ibmec/RJ, José Ronaldo Souza Júnior, também pede cautela. “Toda vez que há um processo de aumento de desemprego muitas pessoas tendem a pegar o dinheiro da indenização para montar um negócio como alternativa. Mas o problema pode coincidir com um momento ruim da economia e isso é negativo”, analisa o especialista.
Para quem está decidido a empreender, ainda que diante dos indicadores econômicos, os professores lembram que mesmo nos períodos de crise há oportunidades. “Em qualquer momento existem setores que estão tendo performances melhores. O desafio é achar esse setor. É um momento de tomar muito cuidado antes de empreender, mais do que o normal”, diz o professor do Ibmec.
E para ajudar o candidato a empreendedor, o Estadão PME preparou um material especial. Os empresários João Appolinário, da Polishop, e Antonio Carlos Nasraui, do Rei do Mate, opinam sobre a economia e o que fazem para prosperar mesmo diante das dificuldades. Os pequenos também responderam a uma pergunta simples: ‘O que eu queria saber quando comecei?’ Mas além de inspiração, o interessado em empreender também encontrará qual o melhor tipo de empresa abrir. E saber sobre os tipos societários pode ser o primeiro passo de uma trajetória de êxito.
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