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E depois que inovei no negócio? Monitoramento é a chave para manter bons resultados

Práticas como criação de indicadores, feedback estimulado e network são apontadas como tripé que sustenta a inovação dentro das empresas

Por Bruno de Oliveira
Atualização:
 

Se faz mudanças em time que está ganhando? O uso desta máxima é recorrente no mundo dos esportes, mas não exclusivo a ele, podendo abranger áreas diversas da vida humana. No contexto do empreendedorismo, questionar o andamento do negócio, sobretudo após a implantação de algo inovador, é fundamental para converter um processo novo, o uso de um equipamento novo, uma nova política de gestão, em resultados satisfatórios.

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Após apostar e implantar algo inovador no negócio, o empreendedor precisa ficar atento a três pontos importantes que vão lhe ajudar a monitorar o desempenho da empresa e corrigir possíveis desvios do planejamento inicial que possam ocorrer. Acompanhar a performance da inovação, no entanto, é uma tarefa deixada de lado em muitas pequenas e médias empresas.

"Às vezes, nos encantamos com a possibilidade de inovar, de trazer algo novo para dentro da empresa, e deixamos ela trabalhar por si própria, como se ela sozinha fosse resolver os problemas. Monitorar é importante para verificar a geração de resultados financeiros e isso deve ser a tônica dentro dos pequenos negócios", disse Rodolfo Olivo, professor da Fundação Instituto de Administração (FIA) e especialista em empreendedorismo.

O tripé apontado pelo mercado como sustentação de uma boa estratégia de inovação é composto pela criação de indicadores de monitoramento; elaborar políticas internas que estimulam a geração de feedback entre os colaboradores e, por fim, fazer conexões com outros empreendedores, criando uma espécie de rede produtiva de contatos. Saiba mais sobre cada um deles abaixo:  

CRIAR INDICADORES A criação de indicadores que monitoram a performance da inovação instalada ajuda a empresa a controlar tanto os benefícios que ela está promovendo na operação do negócio quanto a possíveis malefícios que possam aparecer a partir da novidade. O indicador varia de inovação para inovação, mas existem alguns pontos em comum que podem servir de dica aos empreendedores. Número de clientes, frequência de pedidos de serviços e itens produzidos são alguns dos mais comuns.

"O ideal é criar indicadores do ponto de vista financeiro e de operações pra ver se eles estão resolvendo o problema que a empresa quis resolver. Como exemplo: eu tinha um processo manual e passei a automatizá-lo. Será que os colaboradores estão sabendo manuseá-lo? Quanto eu produzia antes e quanto estou produzindo agora? Consegui atender demandas que antes não conseguia? Responde coisas assim simples podemos monitorar as inovações", explica o professor Rodolfo Olivo.

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ESTIMULAR O FEEDBACK O segundo passo indicado por especialistas em empreendedorismo é a criação da cultura do feedback dentro da empresa. Nas empresas que costumam figurar como as mais inovadoras do mercado, o contato direto entre gestores e operadores por meio de questionários e pesquisas é recorrente. Isso faz com que a empresa se antecipe ao aparecimento de problemas e possa corrigi-los antes que tomem proporções maiores.

"Não é algo que demanda muito investimento da parte da empresa criar meios para se comunicar com pessoas que estão mais próximas de onde as inovações atuam. É legal o empreendedor, uma vez por semana, formular perguntas que possam levar à busca de uma melhoria. E isso pode ser estendido a outros tipos de colaboradores, como fornecedores e clientes", detalha Renato Fonseca, gerente de Desenvolvimento e Inovação do Sebrae-SP.

FAZER CONEXÕES Ambos os especialistas consultados destacam também como uma prática que ajuda o empreendedor a entender a inovação em que ele apostou a criação de conexões com outros empreendedores. Esta espécie de intercâmbio ainda é novidade entre as PME do País, que ainda mantém contato com fontes responsáveis pela implantação da inovação dentro da empresa, como consultores e empresas que pertencem a sua cadeia de suprimentos. Falar com outros empreendedores que já passaram pela mesma experiência cria um ponto de vista adicional a tomada de decisão.

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"É importante o empreendedor ter em mente que a busca pela melhoria é permanente. De forma que ele deve criar uma rede de contatos em seu ramo de atuação para possibilitar troca de ideias sobre inovação. Nessas conversas o empreendedor vai perceber que a realidade dele é compartilhada pelos demais e aquela dúvida sobre um processo inovador pode ser sanada nessas reuniões", disse Rodolfo Olivo, da FIA.

"Além do monitoramento e de ferramentas de controle de qualidade tradicionais na gestão, como técnicas japoneses 5S e Kaizen, por exemplo, o contato com outras empresas é importante porque significa uma maneira rápida e barata de solucionar dúvidas e problemas sobre processos", finaliza Fonseca, do Sebrae-SP.

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