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Doce francês tropical impulsiona vendas

Empresa espera crescer, apesar da crise, com a combinação do macaron a itens nacionais; meta é faturar R$ 1 milhão

Por Gisele Tamamar
Atualização:

A combinação da técnica francesa com ingredientes brasileiros é a aposta da chef Mayra Toledo, que mistura o macaron ao cumaru, paçoca, banana e até abóbora com coco. De acordo com ela, a May Macarons faturou R$ 500 mil no ano passado e, mesmo diante da retração econômica, a meta é atingir o primeiro milhão já em 2015.

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A primeira opção profissional de Mayra foi pela arquitetura, curso que abandonou quando se interessou pela gastronomia. O fascínio pela confeitaria, no entanto, surgiu quando ela foi estudar na Le Cordon Bleu, na França. Até então, seus estágios tinham sido cumpridos em cozinhas de salgados. “Lá me apaixonei pela confeitaria, pelo ritmo de trabalho e por como tão poucos ingredientes se transformavam em tantas coisas diferentes”, conta.

Quando retornou ao Brasil, em 2012, Mayra abriu uma pâtisserie para a venda de produtos variados. Dois anos depois, ao fazer uma análise do desempenho da empresa, percebeu a predileção do consumidor pelo produto e, naturalmente, resolveu focar nos macarons. Atualmente, Mayra trabalha com 14 sabores tradicionais, como manga, maracujá, paçoca, menta com chocolate, café e cumaru. E tem os itens sazonais – em junho, para celebrar o dia dos namorados, o doce leva chocolate com pimenta calabresa em formato de coração. Em julho, a empreendedora apostará no doce com abóbora e coco.

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O macaron de cumaru, típico de Belém, é o mais demandado e representa 20% das vendas. Os sabores típicos do Brasil foram descobertos quando a chef resolveu fazer um ‘giro’ pelo País para pesquisar ingredientes e fornecedores. “Em Belém achei o Cumaru. As pessoas chegam aqui e perguntam do macaron diferente, de cor preta”, conta Mayra, orgulhosa da combinação que criou.

Para 2016, o plano é trabalhar com sete sabores tradicionais e sete especiais – itens que fizeram sucesso em edições especiais, como o de banana. Ainda segundo Mayra, o macaron tradicional é feito com farinha de amêndoa, que costuma custar caro para a operação. “Muitas marcas usam farinha de castanha de caju e não divulgam. Nós divulgamos desde o começo. Usamos a receita de lá e adaptamos para os ingredientes daqui, inclusive a farinha”, diz.

Em média, a marca produz cerca de 15 mil macarons por mês. A maior parte da produção é direcionada ao mercado de eventos, que representa 80% do faturamento do negócio. A marca cresce com as vendas para casamentos e Mayra também está de olho em novo nicho: o das festas infantis.

Outra estratégia que ela pretende colocar em prática em 2016 é crescer no varejo, com a instalação de quiosques para a venda de doces em embalagens para presente. A empreendedora também ministra cursos para a elaboração do doce.

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Segundo a professora do Senac São Paulo, Renata Zambon Monteiro, o mercado de doces é crescente, principalmente quando se fala nos produtos únicos. “Começou com os cupcakes, depois os brigadeiros. Os profissionais acabam se especializando no produto e buscando diferentes variações”, analisa Renata, do curso de pós-graduação em gestão de negócios em serviços de alimentação.

Dicas. Entre os pontos de atenção para quem pretende investir no setor, Renata alerta que o empresário deve evitar modismos, além de buscar sempre manter um padrão de qualidade e canais de vendas alternativos. “Essa diversificação pode ajudar a sustentar o negócio em momentos de crise”, completa.

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