Publicidade

Cursos e serviços prestados por influenciadores viram filão em redes sociais

Conteúdo de marketing pessoal feito por Top Voice do LinkedIn alcança mais de 2 mil alunos; confira dicas de consultora de marketing de influência

PUBLICIDADE

Foto do author Juliana Pio
Por Juliana Pio
Atualização:

Não só maquiagem, moda e lifestyle podem se tornar negócio entre influenciadores. Na verdade, é possível lançar um produto ou serviço a partir de qualquer conteúdo consumido por um determinado público. É o que defende o escritor e educador Matheus de Souza, de 31 anos, que também é Top Voice do LinkedIn, empreendedor e nômade digital.

PUBLICIDADE

“A pandemia forçou ainda mais a transformação digital e com isso é possível produzir conteúdo na internet sobre qualquer área, inclusive, as mais tradicionais. A minha contadora, por exemplo, tem todo o seu negócio online”, ressalta ele, que se especializou em gestão de negócios.

Matheus abriu uma conta no LinkedIn em 2015 em busca de trabalho remoto. “Tinha zero seguidores e ganhava R$ 1.600 como assistente de marketing em Tubarão (SC)”, lembra. Porém, seu consistente trabalho na plataforma trouxe outras oportunidades. Ele recebeu propostas para se tornar redator freelancer e pediu demissão. Pouco tempo depois, foi selecionado para a lista de Top Voices.

“Isso deu uma autoridade maior sobre o que estava fazendo. Decidi criar meu primeiro curso online em 2017, de marketing pessoal e produção de conteúdo para o LinkedIn”, conta ele, que já lançou outros dois cursos. Atualmente, o educador está na África do Sul e já tem mais de 2 mil alunos, inclusive de outros países, como Portugal e Angola.

Foi também pelo LinkedIn que Matheus foi convidado, via mensagem, pela editora Autêntica Business, a escrever um livro. Nômade Digital foi lançado em 2019 e, em 2020, concorreu ao Prêmio Jabuti como finalista na categoria Escrita Criativa.

Oescritor e educador Matheus de Souza defende queé possível lançar um produto ou serviço a partir de qualquer conteúdo consumido por um determinado público. Foto: Lais Schulz

Somente no ano passado, o empreendedor faturou cerca de R$ 300 mil como escritor e educador. “Continuo com as minhas redes sociais, onde capto clientes e ganho dinheiro como influenciador. Já divulguei produtos e serviços de empresas como Google e Nubank”, completa. 

Na visão de Matheus, o LinkedIn pode ser mais uma boa ferramenta para começar um empreendimento, além do Instagram e do TikTok, redes mais visadas e onde a audiência é cada vez mais concorrida.

Publicidade

“Costumo dizer que o LinkedIn é um oceano azul para a produção de conteúdo que gera negócio e cliente. A plataforma deixou de ser apenas um banco de currículos.” Ele ainda acrescenta: “É preciso um trabalho consistente e não ser imediatista. O sucesso não vem da noite para o dia, como em qualquer área da vida.”

Assim como Matheus, a influenciadora e videomaker mineira Cecilia Kraemer, de 30 anos, também se descobriu em uma nova carreira após longos anos de trabalho nas redes sociais. Ela começou como blogueira de maquiagem e moda em 2013, quando ainda cursava Engenharia de Produção Civil. Mas se encantou mesmo com os vídeos que produzia para divulgar os produtos de marcas parceiras.

“Comecei a estudar audiovisual e me apaixonei. Alguns seguidores não gostaram da mudança, mas ganhei outros. Financeiramente também valeu a pena”, destaca Cecília, que já iniciou a profissão com vários clientes, mesmo com pouca experiência.

Ela também investiu em um espaço físico em Belo Horizonte para produção de conteúdo. “O mais importante é você se conhecer. Foi uma transformação descobrir o que eu realmente gostava de fazer. Quando isso ocorre, não tem volta.”

‘Para abrir negócio é preciso criar autoridade em algum nicho’

Confira 3 perguntas para Bia Granja, cofundadora e CCO da Youpix, consultoria de economia de influência, que possui programas de educação para marcas e produtores de conteúdo.

Bia Granja, cofundadora e CCO da Youpix, consultoria de economia de influência. Foto: Daniel Raposo

 

Todo influenciador é um empreendedor?

Publicidade

O empreendedor é aquele influenciador que entende que o impacto gerado na formação de opinião dos seguidores tem potencial para virar negócio. Quando pensamos em empreendedorismo, vemos o conteúdo como um meio de chegar aos consumidores. 

Podemos vender qualquer coisa, como batom, cursos ou e-books. Isso que muitos influenciadores estão fazendo ao lançar uma marca é um modelo de negócio que serve para qualquer pessoa, baseado na criação de um produto ou serviço que é vendido diretamente para a sua audiência. 

Ou seja, o consumidor é o próprio seguidor. Nem todo influenciador é um empreendedor, mas todo criador de conteúdo que tem essa visão de negócio pode se tornar um empreendedor. 

É verdade que ter muitos seguidores faz diferença?

Para montar um negócio digital não faz tanta diferença. Você pode contar apenas com a sua base de seguidores para conseguir chegar às pessoas e vender produtos ou serviços. Os bons produtores de conteúdo estão criando autoridade forte dentro de algum nicho ou território temático e podem construir a venda usando ferramentas como qualquer marca.

Essa é a grande onda. Se você tem essa autoridade, que é o principal, a quantidade de seguidores não impactará no seu negócio. 

Como se tornar um influenciador e começar a empreender?

Publicidade

Durante certo tempo, construiu-se a ideia da influência a partir do lifestyle perfeito. Com a pandemia, isso mudou. Estamos vivendo um momento de reconstruir as bases do que é a verdadeira influência. É uma boa hora para falar sobre empreendedorismo. 

Para abrir um negócio é preciso, primeiramente, criar autoridade em algum nicho ou território específico. Depois, trabalhar o conteúdo com consistência para que as pessoas percebam você como alguém relevante, o que não acontece de um dia para o outro. 

Por último, lançar um produto ou serviço em torno do seu segmento, que você realmente deseja vender, e fazer uma boa estratégia de divulgação. Quanto mais próximo você for da sua comunidade, mais forte será essa relação. 

É muito parecido com qualquer outra área do mercado, é preciso estudar nicho, concorrência, diferenciais etc. Os campos de atuação da produção de conteúdo são os mais diversos. É possível construir autoridade em qualquer temática. A influência é consequência. Estamos vivendo essa grande onda, que é vender o que você sabe. 

Quer debater assuntos de Carreira e Empreendedorismo? Entre para o nosso grupo no Telegram pelo link ou digite @gruposuacarreira na barra de pesquisa do aplicativo. Se quiser apenas receber notícias, participe da nossa lista de distribuição por esse link ou digite @canalsuacarreira na barra de pesquisa. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.