09 de novembro de 2011 | 20h26
A Copa do Mundo merece ser encarada como uma oportunidade para conquistar parceiros comerciais estratégicos, e não apenas como um período de alta demanda e chances de boas vendas. A análise foi feita por especialistas durante o 1º. Encontro Estadão PME. Eles minimizaram os efeitos do Mundial para a economia brasileira e alertaram: a Copa só valerá a pena para o Brasil se as empresas fizerem do evento uma estratégia de médio ou longo prazo.
“Eu não acredito que a Copa tenha grande importância para o desempenho da economia brasileira nos próximos anos porque me parece que as empresas estão com uma visão muito imediatista do evento”, afirmou José Luiz Rossi Junior, economista e professor do Insper.
Um estudo realizado pela FGV a pedido do Sebrae mostra que, daqui até julho de 2014, os preparativos para receber os jogos e o fluxo de turistas no País podem render à economia brasileira R$ 142,39 bilhões. A estimativa é que 900 oportunidades de negócios sejam criadas.
Mas o próprio superintende do Sebrae-SP, Bruno Caetano, tratou de relativizar os números. Para ele, há duas maneiras distintas de tirar proveito do Mundial. “Tem empresário que pretende montar um carrinho de cachorro quente na porta do estádio em dia de jogo. É uma forma de aproveitar”, disse. “Mas o que nós pretendemos é usar a Copa para aproximar as pequenas empresas das grandes cadeias produtivas.”
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Hoje, apenas 16% do faturamento das pequenas empresas corresponde a vendas feitas para médias e grandes empresas. Para Caio Megale, analista econômico do banco Itaú, a Copa é a grande chance de mudar este cenário.
“A demanda por produtos e serviços vai aumentar muito e as grandes empresas terão de recorrer a novos fornecedores para dar conta dos pedidos”, afirmou Megale. “Esta pode ser uma porta de entrada para as pequenas empresas. Caso prestem um bom serviço, ganharão parceiros estratégicos.”
De acordo com Megale, estudos internacionais mostram que um país que sedia uma Copa do Mundo pode aumentar em até 30% o volume do seu comércio internacional. “O Mundial é uma vitrine”, disse. Mas a exposição pode ter efeitos negativos se o trabalho apresentado não for bom. “A empresa precisa mostrar que segue as regras do jogo”, declarou.
Faltam dois anos e sete meses para a Copa de 2014. Para Rossi Junior, do Insper, as empresas já devem estar preparadas para começar a aproveitar as oportunidades geradas pelo evento. “A realização da Copa no Brasil é, acima de tudo, uma chance para os pequenos negócios brasileiros aprenderem a pensar de forma global e melhorarem a qualidade de seus serviços”, disse.
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