
20 de agosto de 2012 | 12h02
Ao vir morar em São Paulo, em 1984, Carlos Prado trouxe os sonhos de um garoto de 17 anos que queria vencer as adversidades enfrentadas na infância e adolescência. Na capital, acumulou dois empregos durante alguns anos. “Mesmo tendo passado no vestibular, não pude me matricular por falta de dinheiro para pagar a faculdade.” Para não ficar parado, fez um curso técnico de contabilidade.
“Esse curso acabou sendo importante para minha caminhada empresarial. A partir dele pude assinar balanços e passei a fazer a contabilidade de um condomínio de Atibaia nas horas vagas.” Assim, pode iniciar a faculdade de administração, em 1986.
Nesse mesmo ano, Prado sofreu um grave acidente de carro e decidiu mudar de vida. “Arrumei um emprego de assistente de recursos humanos na Rádio Globo. O salário cobria o que eu ganhava nos outros dois empregos. Mas mantive o trabalho prestado ao condomínio.”
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Em 1987, a convite de um amigo, foi trabalhar numa operadora de turismo. “Entrei como controller de finanças, mas três meses depois, com a saída do gerente financeiro, assumi o cargo. Naquela época eu tinha 21 anos.” Três anos depois, quando o ex-presidente Collor prendeu o dinheiro das empresas, seu salário foi reduzido para 1/3. “Esse corte despertou em mim o desejo de ter meu negócio.” Ele lembra que esse foi um momento de grande insegurança econômica no País. “Mas para mim foi uma grande oportunidade. Mesmo diante deste cenário, criei a Tour House em outubro de 1990.”
Segundo Prado, os primeiros anos foram muito difíceis, mas em meados de 1992 a empresa começou a conquistar grandes contas. Hoje, a Tour House tem entre seus clientes empresas como Aché, Bauducco e Vivo. Segundo o empresário, a opção por atuar na área corporativa aconteceu com o tempo. “Mas foi uma escolha certeira, já que estamos no mercado há 22 anos.”
Prado diz que os traumas da infância difícil foram superados com muita terapia e hoje, aos 46 anos, é uma pessoa bem resolvida. “Ter trabalhado desde os oito anos foi de grande valor para minha formação. Não que seja defensor do trabalho infantil, tanto que a Tour House é uma Empresa Amiga da Criança.”
Para alcançar o sucesso, Prado afirma que “o empreendedor deve ser insistente, resistente e acreditar muito no negócio”. E acrescenta: “O líder tem de se motivar para motivar a equipe.” Segundo ele, o poder e a solidão de quem lidera a empresa são muito grandes. “Não podemos falar em momento algum sobre nossos receios e medos para a equipe. Ter um coaching é interessante: a pessoa se conhecer melhor e tem mais chances de ser um bom líder.”
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