Confiança da pequena empresa estagna com queda na indústria, diz Sebrae

Após sucessivos aumentos, segmentos da Indústria apresentaram queda, segundo Índice de Confiança das Micro e Pequenas Empresas, em parceria com a FGV; geração de empregos cresce em ritmo lento

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Por Redação
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O Índice de Confiança das Micro e Pequenas Empresas (IC-MPE), medido mensalmente pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), constatou uma estagnação em agosto. Após quatro meses de sucessivos aumentos, o marcador caiu 3,2 pontos, influenciado principalmente pela indústria

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O levantamento mostra que a média geral se manteve estável em 100 pontos (nível considerado neutro), ou seja, houve uma acomodação da confiança, o que demonstra que a economia parou de crescer e está "andando de lado", segundo o Sebrae. 

No caso da indústria, que vinha demonstrando o melhor desempenho desde o ano passado, os segmentos não andaram de lado, mas apresentaram queda. Em agosto, o Índice de Confiança das MPE da Indústria atingiu 103,5 pontos, ante 106,7 de julho, o que, segundo Carlos Melles, presidente nacional do Sebrae, acende alerta vermelho, já que geralmente esse setor é o que puxa os demais para cima.

As indústrias de alimentos, vestuário, refino e produtos químicos, metalurgia e produtos de metal foram as que mais influenciaram esse cenário. Quando analisadas por região, apenas as indústrias desses segmentos no Sul apresentaram alta no índice de confiança.

Indústria dovestuário, ao lado de alimentos e produtos químicos, por exemplo, puxaram Índice de Confiança para baixo. Foto: Alex Silva/Estadão-4/9/2020

As vendas abaixo do esperado também impactaram os empreendedores em agosto. O Índice de Confiança das MPE do Comércio apresentou uma variação negativa de 0,4 e caiu para o patamar de 96,6 pontos, puxado por atividades ligadas a materiais de construção, veículos, motos e peças. 

O comércio de bens de consumo não duráveis demonstrou certo aquecimento e o crescimento modesto no emprego previsto para os próximos meses e na tendência dos negócios evitou que a queda no índice fosse ainda maior.

Setor de serviços ainda é mais otimista 

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O setor de serviços, que vinha se recuperando bem do impacto da pandemia, apresentou um modesto incremento de 0,3 pontos na confiança, motivado em certa parte pela prestação de serviços profissionais e de informação e comunicação. 

De acordo com Melles, mesmo com esse leve aumento, o setor mostra tendência de também estar andando de lado. Isso porque atividades como serviços de transporte e outros prestados às famílias apresentaram um desempenho mais fraco.

A geração de empregos, aponta o Índice de Confiança, deve continuar ocorrendo entre os pequenos negócios no próximo trimestre nos três setores, porém em um ritmo mais modesto para setembro, outubro e novembro.

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A expectativa de que o número de pessoas empregadas vai aumentar entre empreendedores de serviços obteve o melhor resultado desde outubro de 2013 (18,9%). No comércio, a sondagem atingiu seu maior resultado deste ano. Já na indústria, a expectativa de contratação em baixa acompanhou a queda da confiança. Em agosto, houve queda de 1,5 ponto percentual: 18,4% informaram que pretendem contratar e 12% acreditam que vão reduzir o quadro de funcionários.

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