PUBLICIDADE

Publicidade

Collabs ajudam a impulsionar empresas de segmentos diferentes

Pequenos e médios negócios apostam no desenvolvimento de produtos colaborativos para conquistar público e aproveitar expertise de parceiros, que vão da cerveja à moda

Por Bruna Klingspiegel
Atualização:

O ditado popular “duas cabeças pensam melhor do que uma” ensina muito sobre o mundo dos negócios. Seja qual for a sua área de atuação, as collabs - ou parcerias colaborativas entre empresas para a cocriação de produtos - são uma estratégia eficaz e de baixo custo para reunir ideias inovadoras e facilitar o acesso a um novo mercado.

PUBLICIDADE

As colaborações são uma prática comum dentro das cervejarias artesanais nacionais e internacionais. O intercâmbio de experiências, métodos e receitas é um caminho natural para o segmento, e os produtos desenvolvidos se tornam um retrato dessa troca. Mas como pequenos negócios de diferentes áreas de atuação podem se conectar?

A paulista Trilha Cervejaria começou a se aproximar do mercado de vinhos em 2016, quando comprou barris de vinícolas para maturação das suas bebidas. No ano passado, resolveram se unir à gaúcha Vivente Vinhos e criaram um produto único e especial: uma bebida híbrida, feita com 50% de vinho e 50% de cerveja.

“A gente conseguiu manter todas as características do vinho e da cerveja preservadas, uma não se sobrepõe a outra”, conta Daniel Bekeierman, sócio da cervejaria. O processo de produção durou cerca de cinco meses, conta ele, e resultou em três bebidas diferentes.

Daniel Bekeierman (à esq.) e Beto Tempel, sócios da Trilha Cervejaria, que lançou uma bebida em parceria com a vinícola Vivente: 50% de vinho e 50% de cerveja. Foto: Neuton Araújo

Enquanto a cultura da competição muitas vezes não deixa espaço para a colaboração nos grandes negócios, os pequenos se beneficiam da troca de experiências e quebram as barreiras entre mundos completamente diferentes.O principal benefício, explica Daniel, está na liberdade de criação e exploração. Ninguém deixa de vender ou perde seu mercado.

Além disso, a cervejaria trabalha com lotes pequenos e novidades semanais. Manter esse diferencial competitivo e apresentar novos produtos exige constante inovação e os processos colaborativos são essenciais para manter esse ritmo.

“Nós não somos uma cervejaria que sempre faz o mesmo produto. Então nosso cliente valoriza muito o trabalho colaborativo porque pra ele é sempre uma nova descoberta”, conclui o empreendedor.

Publicidade

Negócios que se complementam

No mundo da moda, unir forças entre empresas de segmentos diferentes também aumenta as oportunidades de negócio e auxilia as empresas a repensarem seus processos internos.

Mariana Gouveia é designer de joias e dona do Estúdio Iracema. Ao lado da estilista Flávia Aranha, desenvolveu uma coleção com peças em cerâmica do Vale do Jequitinhonha. A partir da coleção de Flávia, Mariana criou a parte de metal dos acessórios e transformou as peças em brincos, colares e broches.

“Eu saí da minha zona de conforto para trabalhar com materiais que eu não conheço. A partir dessa troca, a gente foi criando soluções para transformar nossas ideias em produtos viáveis e interessantes que combinem com o que a loja está apresentando na coleção”, afirma Mariana.

As collabs costumam ser uma jogada de marketing na conquista de um novo público. Apesar disso, para a designer, o processo colaborativo também envolve muito aprendizado e soluções inovadoras para problemas cotidianos. A partirdo olhar de profissionais externos ao negócio é possível enxergar respostas que o empreendedor não consegue ver por estar muito envolvido no negócio. “A gente fica engolida nas nossas demandas, apagando fogo o tempo todo e não conseguimos pensar nos nossos processos, por isso o olhar do outro é tão importante”, conclui.

Sandálias da collab entre as empresas UMA e Linus: pinceladas artesanalmente, com tinta não tóxica à base de água. Foto: Vini Brandini

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Outro exemplo é a collab entre a UMA, marca de moda contemporâneae a Linus, responsável por criar sandálias feitas em PVC ecológico expandido, 100% recicláveis e com plastificantes de origem vegetal. Os calçados foram criados durante a pandemia e a distância, têm a mesma estrutura das sandálias originais da Linus, mas na collab ganharam uma pintura artesanal feita com tinta não-tóxica e à base de água.

A sandália faz parte da UMA X, linha sustentável da marca que trabalha exclusivamente com parcerias, seja com uma ilustradora ou com uma marca de produtos de limpeza biodegradáveis, por exemplo. Um dos principais objetivos da linha é pensar em padrões mais sustentáveis de produção e consumo.

“A gente não pode contar com uma disponibilidade infinita de matéria-prima porque existe demanda. Se essa colaboração foi legal, a próxima vai ser melhor ainda”, explica Vanessa Davidowicz, head de marketing da UMA.

Publicidade

Quer debater assuntos de Carreira e Empreendedorismo? Entre para o nosso grupo no Telegram pelo link ou digite @gruposuacarreira na barra de pesquisa do aplicativo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.