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Cervejaria da Amazônia vai produzir na Inglaterra para fugir de 'custo Brasil'

Marca Amazon Beer fechou parceria com fábrica inglesa para baratear em 40% produto no exterior

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Por Renato Jakitas
Atualização:

Para fugir do 'custo Brasil' e garantir um produto fresco para o exigente paladar britânico, uma pequena cervejaria de Belém do Pará resolveu cruzar o Atlântico e produzir sua linha de bebidas artesanais na região metropolitana de Londres.

::: Estadão PME nas redes sociais ::: :: Twitter :: :: Facebook :: :: Google + :: A Amazon Beer, que mistura frutas típicas do Norte aos tradicionais malte e lúpulo, fechou parceria envolvendo uma fabricante inglesa, a Beer Counter, e uma distribuidora também local, a World Beer, e desde março deste ano trabalha seu portfólio na Europa. Atualmente, são vendidos cinco mil litros por mês por lá, um número que pelas contas de Caio Guimarães, sócio da empresa, tem potencial de triplicar rapidamente, bastando para isso acertar a mão na distribuição para as redes de varejo do Reino Unido. "Acontece que existem dois momentos para introduzir um produto lá na Inglaterra: no início do verão e no início do inverno. Como a gente começou a produzir por lá no dia 10 de março, já estava muito em cima de fechar os contratos para o começo do verão. Mas agora, para o inverno, temos totais condições de acertar com as varejistas que vão estudar os produtos agora em dezembro", conta o empresário, que por aqui, no Brasil, deve faturar 30% mais neste ano que os R$ 12 milhões registrados em 2013. O sonho de alcançar o consumidor internacional é, na verdade, um projeto antigo da Amazon Beer. Há pelo menos dois anos e meio a família Guimarães, que comanda o negócio, vem falando do possível interesse de norte-americanos, asiáticos e europeus por seu produto, que emprega insumos como o cajá como elemento de diferenciação de sua linha hoje com sete cervejas artesanais. "O que acontece é que com os custos dos insumos e os impostos aqui do Brasil, a gente chega sem condições de competir com o mercado externo. Nosso produto é pelo menos 40% mais caro feito aqui do lá fora", explica Caio Guimarães, que hoje em dia vende uma garrafa de cerveja por 1,20 libras na Inglaterra enquanto que, aqui, não consegue por menos de R$ 10. "É mais caro mesmo convertendo o preço", diz ele (a libra gira em torno de R$ 4). Outro inconveniente de se trabalhar com produção exportada envolve o tempo de viagem estimada, um problema para a cerveja que deve ser consumida jovem. "Cerveja artesanal não deve viajar. Quanto antes ela for consumida, melhor", revela. Uma das muitas marcas de cervejas artesanais que invadiram o mercado brasileiro, fenômeno que se verifica com mais intensidade há pelo menos quatro anos, a Amazon Beer foi Criada em maio de 2000 e cresce em média 20% ao ano. Atualmente, sua produção é concentrada em uma fábrica em Belém. No futuro, entretanto, para ampliar sua presença nas gôndolas do varejo, a marca pretende costurar parcerias parecidas com a concretizada com os ingleses, em que fornece os ingredientes regionais e, em troca, cobra royalties do volume comercializado. "Ainda não temos uma parceria para produção no Brasil porque as cervejarias locais operam quase todas no limite da capacidade. Mas eu acho que o mercado cresceu demais e vai passar por uma acomodação, uma espécie de filtro. Isso vai abrir espaço para parcerias", conta o empresário. 

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