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Cerca de 8 milhões de MPEs devem se cadastrar no eSocial

A partir de julho, começa o processo que prevê o envio de informações fiscais, previdenciárias e tributárias ao governo

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Por Letícia Ginak
Atualização:
O empreendedor Ivan Bornes conta com o escritório de contabilidade parceiro para manter os dados organizados. Foto: Sergio Castro/Estadão Foto: Sergio Castro/Estadão

Micro, pequenas e médias empresas, incluindo MEIs, deverão aderir ao eSocial a partir de 1° de julho. A plataforma do governo federal foi criada com o objetivo de registrar e administrar de forma digital 15 obrigações fiscais, trabalhistas e previdenciárias referente aos funcionários das companhias. O sistema integra os dados enviados atualmente à Previdência Social, Caixa, Receita Federal e Ministério do Trabalho. 

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Na prática, o eSocial exigirá dos empresários o envio periódico de informações como admissões, alterações contratuais, afastamentos temporários e folha de pagamento, por exemplo. Apesar de o projeto ter como finalidade a redução do tempo gasto com rotinas contábeis, o eSocial apresenta alguns desafios aos empreendedores, como de gestão de RH e de organização. 

As PMEs passarão por cinco fases de adequação e envio de dados. A primeira, com início em julho, é o cadastro simples das informações da empresa. Na segunda, em setembro, as empresas são obrigadas a enviar informações de todos os funcionários e seus vínculos, como admissões, afastamentos e desligamentos. 

Em seguida, na terceira etapa, agendada para novembro, será obrigatório o envio das folhas de pagamento. A fase quatro tem início em janeiro de 2019, e é reservada para a substituição da Guia de informações à Previdência Social. Por fim, na fase cinco, também prevista para janeiro, deverão ser enviados os dados de segurança e saúde do trabalhador. 

Padronização. “Não há o que temer, estamos entrando no mundo virtual e o sistema visa a facilitar e padronizar o envio dos dados dos funcionários ao governo”, afirma o consultor jurídico do Sebrae-SP Heveraldo Galvão. 

De acordo com Alexandre Eisenmann, sócio da empresa de tecnologia especializada em soluções para recursos humanos Soft Trade, a segunda fase será a mais complexa do ponto de vista da organização. “Existem funcionários que atualizam documentos e não avisam seus gestores. Ou que têm mais de um número de PIS e isso pode gerar falhas. Essa etapa exige organização e trabalho em conjunto com o colaborador.” 

O grande aliado do empreendedor na organização e conferência dos dados é o escritório de contabilidade, responsável pelas rotinas trabalhistas. “Minha contabilidade é terceirizada e os dados dos meus 80 funcionários estão em dia. O problema que eu vejo é que esse sistema não está de acordo com a realidade. Muitos funcionários têm problemas com cadastros bancários e até mesmo informações residenciais. Acho importante a iniciativa, mas ainda precipitada. A informalidade, tanto dos trabalhadores como de muitas pequenas empresas, ainda é grande no País”, diz o criador da rotisseria e casa de massas artesanais Pastifício Primo, Ivan Bornes. 

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Plataformas se voltamao pequeno empreendedor.  PMEs que não têm departamento de RH podem encontrar no mercado ferramentas que compilam os dados dos funcionários em tempo real e os armazenam em nuvem. No caso da ADP, empresa global de soluções para folhas de pagamento, foi criado um departamento apenas para atender clientes para o eSocial. “Temos um sistema que está de acordo com a legislação brasileira e que oferece diagnósticos, trabalhando para que o cliente se adeque”, conta a gerente da ADP, Valquíria Cruz. 

O aplicativo de gestão de funcionários e rotinas trabalhistas Folha Certa também se prepara para atender a demanda das PMEs para o eSocial. “Vamos focar em dois requisitos. O cadastro básico de funcionários vinculado ao CNPJ e a etapa de segurança do trabalho”, diz o sócio-fundador Marcos Machuca. 

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