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As dicas de Sebastião Rosa da Imaginarium e de Luiza Trajano para quem pretende empreender

Presidente do Magazine Luiza e fundador da rede Imaginarium encerraram o 5º E Encontro PME, que aconteceu nesta quinta em São Paulo

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Por Redação
Atualização:

Ter um propósito para criar e desenvolver seu negócio é primordial para o empreendedor na visão de dois grandesempresários. Luiza Trajano, do Magazine Luiza, e Sebastião Rosa, da Imaginarium, participaram nesta quinta-feira, 6,do Encontro PME, em São Paulo, para contar um pouco sobre suas trajetórias e dar conselhos para quem pretende seguir o caminho do empreendedorismo.

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"O empresário tem que ter um propósito. Não é só ganhar dinheiro. Depois de uma certa idade, R$ 10 mil, R$ 20 milnão vai fazer diferença. O que muda é o que vocês estão fazendo. E a maior dificuldade é não perder esse propósito.E não adianta ele estar na parede, precisa estar dentro da pessoa", afirmou Luiza. 

Já Sebastião largou a profissão de médico e mudou de cidade em busca de qualidade de vida. O negócio foi umaconsequência. Mas entre 2003 e 2004, quando a rede faturava R$ 50 milhões, ele percebeu que a qualidade de vida quetanto buscou estava se perdendo junto com a qualidade do trabalho. 

"Tivemos uma segunda mudança, de preparar a sucessão e contratar um profissional de gestão para a empresa", contou.

Combustível. Um pouco antes de Luiza Trajano e Sebastião Rosa, a paixão pelo negócio somada a uma boa dose decautela foram lembrados por Renata Frioli, fundadora do Bolo à Toa, e Jorge Bitar Neto, da Helimarte, como oscombustíveis para o sucesso experimentado por ambos em seus respectivos negócios.

Eles abriram o evento, por volta das 8h, relembrando o início da carreira empreendedora. "Como boa filha demineiros, sempre tive paixão por fazer bolos. Sentia a necessidade de uma loja com estilo do interior em São Paulo.Então adaptei as receitas de minha vó e acreditei em meu negócio", contou Renata, que montou a primeira unidade daBolo à Toa no final de 2011 em Pinheiros e, neste momento, prepara o lançamento da segunda, prevista para inaugurarem julho, no bairro do Itaim Bibi.

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De certa forma, o impulso inicial de Renata guarda semelhanças com o de Jorge Bitar, que por não ver opções decrescimento no posto de gasolina do pai, resolveu estudar pilotagem de helicópteros e acabou se apaixonando pelotrabalho. "Eu tinha a necessidade de crescer e ampliar os meus horizontes", confessa o empresário,que hoje faturacerca de R$ 14 milhões com o serviço de táxi aéreo.

Pouco dinheiro. Na sequência, Ernesto Villela, da Enox, e Thái Quang Nghiã, da Goóc, falaram de um desafio que estão para lá de habituados: tocar uma empresa com pouco dinheiro à disposição. 

Com foco na gestão e criatividade nacondução dos recursos eles afirmar que, de certa forma, dispor de um bom capital pode ser importante, embora nãoseja determinante para o futuro de um negócio.

Sócio-fundador e diretor da Enox, empresa pioneira e uma das líderesno mercado de mídia indoor, Villela conta queergueu a empresa com R$ 20 mil em 2004 (R$ 5 mil de cada um dos sócios) e, desde então, sobrevive e ganha terreno nosetor sem nunca tomar um empréstimo sequer, apesar das investidas de fundos de capital de risco e de investidores,interessados em se associar ao empreendedor. 

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Já Thái Nghiã, da Goóc, que após um início meteórico em 2004, chegou à beira da falência em 2011, diz investirpesado na gestão dos recursos para sair do "menos zero" que se encontrava até os R$ 12 milhões planejados para esteano.

"A gente tinha um planejamento anual com revisões mensais e hoje tenho um planejamento mensal com revisõessemanais", conta o empresário, que chegou a faturar R$ 60 milhões em 2010 e após o incêndios da fábrica em queinvestiu R$ 5 milhões um ano depois, perdeu toda a produção e viu-se obrigado a cancelar todos os contratos defornecimento.

Novo empresário. Por sua vez, os especialistas Amisha Miller, da Endeavor, e Thiago de Carvalho, do Insper, trataramdo novo perfil do empreendedor brasileiro, que agora não monta uma empresa motivado apenas pela necessidade, massobretudo pela oportunidade do setor.

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"O que acontece no Brasil que é muito positivo é uma mudança de cultura na qual as pessoas estão mais empreendedoraspor oportunidade do que por necessidade", afirma Amisha Miller, gerente de pesquisas e políticas públicas daEndeavor, entidade que fomenta o empreendedorismo pelo mundo.

Coordenador do Centro de Empreendedorismo do Insper, Carvalho concorda. Ele ressalta os avanços brasileiros nosetor. Mesmo assim, o professor ressalta que ainda há um longo caminho a se percorrer, principalmente no âmbito dosuporte a quem está em estágio inicial. 

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"O Brasil está décadas atrasados em alguns aspectos. O investimento anjo há 30 anos começou a ser discutidos nosEstados Unidos e, aqui, começou há três anos", afirma.

No campo dos desafios, Thiago Carvalho reforça que a decisão de abandonar o emprego formal e se aventurar em umnegócio próprio está entre os principais momentos. Ele afirma que antes de iniciar uma operação, o candidato precisater certeza em sua opção pelo empreendedorismo como opção de carreira. "(O desafio) é entender o que vai mudar nasua vida e como você vai se adaptar", diz.

Para Amisha, no entanto, o obstáculo a se transpor no Brasil é a captação de dinheiro. "Se a pessoa não tem umacapacidade, tem de ir atrás de se capacitar desde o início para resolver o problema", conclui a especialista.

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