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Artesãos descobrem a venda compartilhada pela internet e já faturam R$ 52 bilhões por ano

Por Cris Olivette e do oportunidades
Atualização:

Foi durante uma gravidez de risco que Ângela Franco começou a produzir roupinhas de crochê. “Eu gerenciava uma papelaria e precisava compensar a queda nos vencimentos causada pela licença médica”, conta. Isso ocorreu há doze anos. Hoje, a crocheteira se mantém apenas com a venda de seus produtos.::: Siga o Estadão PME nas redes sociais ::::: Twitter :::: Facebook :::: Google+ :: Assim como Ângela, existem no Brasil cerca de 8,5 milhões de pessoas trabalhando com artesanato, segundo dados do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Uma projeção do Instituto Centro de Capacitação e Apoio ao Empreendedor (Centrocape), revela que esse mercado movimenta R$ 52 bilhões por ano. “O maior problema de quem faz artesanato é viabilizar a comercialização dos produtos”, diz Carlos Curioni, que há quatro anos desenvolveu o Elo 7, uma plataforma de vendas voltada a produtos artesanais. A empresa, que possui 75 mil artesãos cadastrados, oferece infraestrutura para pagamento com boletos e cartões de crédito, além de ferramenta que calcula o valor de frete. “Assim que o cadastro é criado, o artesão ganha um espaço para montar sua loja virtual.” O site não cobra comissão, apenas anuidade de R$ 49,90, que não é obrigatória, mas dá direito a uma conta PRO. “Ela oferece vantagens como poder expor mais produtos na página e ter melhor posição nas buscas”, explica Curioni. As artistas Flávia Taiar e Teka Strafacci, estão no Elo 7 há cinco meses. Nesse período, a página da marca das artesãs, Arte por Metro, teve 11 mil visitantes. “Percebo que o site dá bastante visibilidade para nosso trabalho e impulsiona as visitas ao blog.” Segundo Flávia, seus produtos estão sendo vistos por pessoas de norte a sul do País. “A maior parte dos pedidos são de pessoas de outros Estados. Até agora, a maior venda foi para uma loja em Trancoso.” Elas criam abajur, peças em cerâmica, almofadas e banquetas. Contendo estrutura de vendas semelhante a do Elo 7, o Shopping Airu entrou no ar há quatro meses e foi criado na incubadora de empresas alemã Rocket Internet, que possui escritório em São Paulo. O projeto foi concebido pelos sócios, Jaques Weltman e Fabio Tran, que já haviam trabalhado individualmente em projetos sociais. “Nossa experiência serviu de inspiração para idealizarmos esse projeto, que é destinado a viabilizar pessoas que criam com paixão, estimulando-as a fazer o que gostam. Queremos resgatar o produto autoral, que contenha alguma relação com a pessoa que o produziu”, diz Weltman. Segundo os sócios, o Airu vai além do artesanato. “Ele abraça todo mundo que cria produtos autorais, não necessariamente feito com as mãos, mas precisa ter o designer do autor.” O shopping já oferece 40 mil produtos, cobrando 15% de comissão, além de uma taxa anual de R$ 9,90. “As vendas estão triplicado a cada mês”, diz Weltman. Uma das grandes vendedoras do Airu é, justamente, a crocheteira Ângela Franco. Três dias após entrar no site, Ângela afirma que lotou sua agenda com pedidos que garantiram dois meses de trabalho. O campeão de vendas é um tênis de cano alto, feito de crochê. “Agora vou precisar contratar mais ajudantes, além das duas que já tenho”, conta. Para quem transita na área de designer e decoração, a novidade é a loja virtual Galatea, no ar desde outubro. O projeto é do economista Luiz Camara. Segundo ele, sua intenção é interligar os quatro principais atores do setor: designers, fornecedores, clientes e decoradores. Camara afirma que a hierarquia do setor coloca todo o poder nas mãos dos lojistas, enquanto o designer, responsável por agregar valor às peças, fica marginalizado. “As lojas têm lucro alto, enquanto o designer tem uma participação mínima.” Após estudar o setor, o economista desenvolveu um modelo de negócio que, segundo ele, trará agilidade, eficiência e transparência para o mercado. A partir da interação criada entre as pessoas pelas redes sociais, Camara desenvolveu o negócio. Nele, os consumidores devem interagir com os profissionais, sugerir alterações no formato, dimensão ou cor das peças. O público ainda pode votar nos objetos de sua preferência e, assim, ganhar bônus que garante 5% de desconto na compra da peça. Caso não adquira, o valor será convertido em receita para compras futuras. As peças mais votadas serão confeccionadas e comercializadas pela Galatea, que terá porcentagem sobre a venda. “O projeto deve ficar totalmente pronto em seis meses.”

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