PUBLICIDADE

Publicidade

Após suspensão de programa de incentivo, americano trabalha em escritório emprestado

Norte-americano, apesar de passar por problema, acredita que o dinheiro estatal é importante para ecossistema nacional

Por Renato Jakitas
Atualização:

Ex-bolsista do Seed, o norte-americano Drew Beaurline ainda ocupava o escritório compartilhado mantido pelo programa quando descobriu que o governo mineiro havia suspendido o funcionamento do espaço. Ele só se deu conta do problema na segunda-feira pela manhã, dia 30 de março, quando apareceu para trabalhar. “Eles nos ofereceram o espaço e, de repente, tiraram”, afirma o empreendedor. Beaurline criou um aplicativo de gestão e comunicação para empresas da área de construção civil, o Construct.

PUBLICIDADE

::: Siga o Estadão PME nas redes sociais ::: :: Twitter :: :: Facebook :: :: Google + :: 

“Eu acho muito ruim que isso tenha acontecido. Já participei de outros programas como esse nos Estados Unidos e nunca tinha ouvido falar de uma atitude semelhante. É bastante preocupante para nós, empreendedores que apostaram na ideia”, diz Beaurline. Ele mantém 14 funcionários e agora atua na sede de uma outra startup mineira, que cedeu um espaço temporário para o norte-americano.

:: Leia também ::As startups têm com o que se preocupar?Investidor estrangeiro olha o Brasil com desconfiança

“Essas atitudes deliberadas são muito prejudiciais para o ambiente de startups brasileiro”, observa Cássio Spina, da Anjos do Brasil. “A verdade é que o País precisa de incentivo governamental, já que estamos estruturando nosso ecossistema de empresas de tecnologia. E atitudes assim só complicam as coisas”, observa.

Para Matt Montenegro, fundador da Beved, plataforma de ensino à distância, o roteiro vivido por Drew Beaurline não chega a surpreender. “Eu nunca confiei muito em políticas do governo para a nossa área. Isso não significa que eu não considere importante o envolvimento do estado para nos auxiliar, mas é que a gente tem sempre muito descrédito”, observa o empresário. Montenegro chegou a conversar com a direção do Seed em algumas ocasiões com vistas a colaborar com o programa. “A gente precisa aprender a depender cada vez menos do governo e mais dos esforços um do outro”, aponta Montenegro.

Drew Beaurline, por sua vez, diz que não pretende virar as costas para outros programas semelhantes, apesar dos problemas que enfrenta. “Não é que a gente precisa agora, mas se precisarmos, acho que é um investimento, um dinheiro que sempre é bom. Não dá para não aproveitar e tentar crescer com ele.”

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.