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Aplicativos de faxina levam diaristas a se formalizar como MEI

Startups como Parafuzo e Clean House Express auxiliam profissionais com burocracia, para a garantia de direitos

Por Mateus Apud
Atualização:

Startups de serviços de limpeza criadas para conectar profissionais autônomas a clientes têm ajudado as diaristas a se formalizar como microempreendedoras individuais (MEIs). É o caso de plataformas como Clean House Express, Parafuzo e Blumpa, que também auxiliam com treinamentos.

O caminho do empreendedorismo para as diaristas foi estimulado depois da PEC das Domésticas, de 2013, e do enquadramento dos serviços domésticos como MEI, em 2015. Se a proteção trabalhista com a PEC acabou empurrando muitas domésticas para a informalidade e para o trabalho esporádico, o enquadramento da categoria como MEI levou muitas delas a serem donas do “próprio negócio”, com direitos trabalhistas garantidos por meio do CNPJ. Segundo o Portal do Empreendedor, hoje há 30.700 MEIs no Estado de São Paulo registrados para serviços domésticos.

Felipe Brasileiro, fundador do aplicativoParafuzo. Foto: Robson Ventura/Estadão

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Na plataforma Clean House Express, criada em 2017 pelo curitibano Thiago Silva, que tem mãe e sogra atuando no ramo da limpeza, são cerca de 45 profissionais atuando em Curitiba. Mesmo como plataforma digital, as cadastradas passam por treinamento presencial, que inclui questões burocráticas (como a abertura de MEI) e etiqueta no ambiente de trabalho. 

Neste ano, a Clean House Express começou o processo de expansão pelo Sul – cidades de Itajaí, Balneário Camboriú e Joinville, em Santa Catarina, além de Londrina, no Paraná –, após registrar crescimento no ano passado. Segundo Thiago Silva, que trabalhava como bancário até abrir o próprio negócio, a empresa faturou R$ 600 mil, repassou mais de R$ 500 mil às diaristas e fechou 2018 com um crescimento de 350%.

“Percebi que aqui tinha um nicho muito grande e defasado. Conversei com a faculdade, fizemos um estudo de mercado e decidimos começar o negócio”, conta ele, formado em administração pela PUC do Paraná, onde incubou a ideia por meio do Programa Institucional e Bolsas de Empreendedorismo e Pesquisa. Hoje, diz, recebe em torno de 25 pedidos diários pelo aplicativo apenas em Curitiba.

Em São Paulo, a Parafuzo começou em 2014 para fazer a intermediação de clientes com profissionais chamados de maridos de aluguel. No mesmo ano, por conta dos poucos pedidos, os sócios abriram a plataforma para mais serviços em domicílio e perceberam que o serviço de faxina era o mais requisitado. “Já em 2014 percebemos que fazia mais sentido focar em limpeza e fomos crescendo em cima disso”, diz o CEO Felipe Brasileiro.

Com atuação em todas as capitais do Sul e do Sudeste, a empresa conta com o cadastro de cerca de 2 mil profissionais, a quem cabe aceitar os pedidos de limpeza a partir do aplicativo. “Se a diarista nos informa os dias, horários e onde que ela quer trabalhar, mandamos apenas as ofertas que são compatíveis. Ela recebe um cardápio de ofertas e faz sua agenda”, ressalta Brasileiro, segundo quem as profissionais não são obrigadas a serem MEI, mas são estimuladas a se formalizar para ter os direitos trabalhistas que a categoria garante, como auxílio-doença, licença-maternidade e aposentadoria.

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No caso da Blumpa, startup também fundada em 2014 em São Paulo, um dos pré-requisitos é a diarista já ser MEI, além de ter experiência prévia. O aplicativo atende pedidos na capital paulista e em cidades como Guarulhos, Osasco, Barueri, Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Campinas.

Fundada em 2011, a rede de franquias Mary Help tem suas profissionais vinculadas às unidades pelo País, mas elas não necessariamente precisam ser MEI nem registradas no regime CLT. Desde 2015 com aplicativo, faturou R$ 35 milhões em 2018.

* Estagiário sob supervisão do editor de suplementos, Daniel Fernandes.