Nem turismo, nem construção civil. O setor que mais oferece oportunidades de negócios para pequenas empresas lucrarem com a Copa do Mundo de 2014 é o agronegócio, informa estudo realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) a pedido do Sebrae. São 132 tipos de atividades nas áreas de armazenamento e beneficiamento de produtos de origem animal e vegetal, na produção agrícola, pecuária, extrativismo, insumos e máquinas e serviços veterinários.
De acordo com o levantamento, as oportunidades surgem no cultivo de abacaxi, uva, abacate, açaí, banana e amendoim, criação de camarões, peixes, caprinos, ovinos e suínos, extração de óleos vegetais, atividades de apoio à pecuária, serviços veterinários e fabricação de artefatos a partir de materiais trançados como cortiça, bambu, palha e vime. Todos esses produtos e serviços sofrerão alta nas vendas durante o Mundial, especialmente devido à demanda crescente de alimentos por parte de hotéis, restaurantes e bares para atender os turistas.::: LEIA TAMBÉM ::::: Aberta a temporada de contratos para a Copa :::: Saiba quanto os estrangeiros gastarão na Copa :::: Artesão terá espaço para vender produtos na Copa :::: Uso da biometria faz empresa lucrar com a Copa :::: Copa do Mundo: encontre uma oportunidade de negócio ::
O mapeamento da FGV destaca a produção orgânica como importante campo de atuação das micro e pequenas empresas. “Quem aderir a essa forma de manejo estará preparado para enfrentar futuros desafios”, afirma Roberto Pascarella, coordenador executivo de projetos da FGV.
Outros setores
Além do agronegócio, o estudo da FGV mapeou nesta fase outros quatro setores: comércio (com 122 oportunidades), madeira e móveis (106), têxtil e confecção (65) e serviços (56). Na primeira fase do levantamento, haviam sido avaliados os setores de construção civil (128), produção associada ao turismo (117), tecnologia da informação (105) e turismo (98). Ao todo, a Copa oferecerá às pequenas empresas 929 oportunidades de negócio.
Segundo o estudo da FGV, um dos principais requisitos a serem cumpridos por fornecedores que quiserem abocanhar contratos da Copa do Mundo no Brasil é apresentar uma documentação completa, atualizada e regularizada. Além disso, ter uma gestão profissional e adotar práticas de sustentabilidade são fatores importantes, que podem ser considerados critérios eliminatórios ou classificatórios, a depender do contratante.
Também foram mapeadas as principais dificuldades a serem enfrentadas pelas pequenas empresas na disputa por contratos do Mundial. “Quando as atividades a serem executadas são muito complexas, do ponto de vista técnico, a participação de micro e pequenas empresas também pode ser dificultada”, indica o estudo.
Mas há o outro lado da moeda. As pequenas empresas têm, por exemplo, algumas vantagens em relação às demais nas licitações do governo. Para contratos de até R$ 80 mil, elas possuem exclusividade de venda. Há outros contratos de maior valor que também podem exigir a subcontratação de MPEs, desde que o percentual máximo do trabalho a ser subcontratado não exceda a 30% do total.