30 de março de 2015 | 08h20
De roupa de grife até mobília para casa, a internet comporta a venda dos mais diversos tipos de produtos. Foi apostando nisso que o administrador de empresas Carlos do Val acaba de abrir uma plataforma de encomenda delivery de plantas, o Árvore Express (arvoreexpress.com.br).
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O negócio foi inaugurado no final de janeiro e, neste momento, comercializa um sortimento de 40 espécies pequenas e grandes, desde plantas ornamentais, como trepadeiras e herbáceas, até árvores frutíferas, do porte de coqueiros e jabuticabeiras.
Com desembolso médio de R$ 120, a meta é chegar ao final do primeiro ano de operação com faturamento de R$ 1,5 milhão.
A estratégia para a empresa, que segundo Carlos do Val surgiu durante uma temporada de estudos de um ano e meio na Europa, é no primeiro momento ganhar espaço na capital paulista para, em 2016, avançar para outras praças, sempre atento às oportunidades geradas em grandes cidades.
"(As oportunidades para o negócio) estão sempre relacionadas com centros urbanos. É o cara que tem o desejo de ter aquele produto, só que não tem tempo para comprar", afirma o empresário. Ele tomou contato com o nicho durante uma viagem de trem em Londres.
"Eu estava no trem e li uma matéria sobre um cara que tinha ficado milionário com um e-commerce de venda de árvores. Descobri que esse negócio existia na Inglaterra e na Espanha. Mas não no Brasil", conta Val.
Já de volta ao País, ele preparou um plano de negócios e foi apresentar a um antigo professor, o orientador de seu trabalho de conclusão de curso na época da universidade.
"Quando eu mostrei o projeto, ele disse 'isso é uma coisa que pode dar certo'", lembra o administrador, surpreendido com uma proposta de sociedade. "Ele disse que estava só dando aulas e que gostaria de investir em novos negócios'", diz o empreendedor.
Carlos do Val não revela quanto já aportou na startup, mas afirma que o atual site da loja saiu do papel graças aos recursos do ex-professor. "Com a ajuda dele eu formei uma equipe de dois funcionários: um programador e uma menina para cuidar das redes sociais."
Mercado. Um dos cuidados do plano de negócios montado por Carlos do Val foi o de não comercializar flores, justamente para fugir da briga acirrada travada entre os negócios do ramo na web, um setor dominado pela Flores Online.
Sem concorrência no nicho de plantas e árvores, ele conta que recebe uma média de 30 pedidos por semana. Para tanto, o empresário concentra os esforços de divulgação na própria internet, pelo Google e por meio de um trabalho de engajamento orgânico nas redes sociais.
Já a logística, considerada por especialistas como o ponto nevrálgico de uma operação virtual, é viabilizada a partir de uma parceria com uma empresa de paisagismo, que recebe em sua estrutura as encomendas diretamente dos fornecedores e faz as entregas com uma frota própria de veículos.
"Tenho cinco fornecedores do interior de São Paulo. Quando uma compra é realizada, a gente encaminha o pedido para o fornecedor, que entrega a planta nessa nossa parceira. É ela quem faz as entregas", explica Carlos do Val, que entende estar justamente na adoção de modelos parecidos como esse o futuro da startup para fora de São Paulo.
"Nenhuma empresa de transporte, seja DHL ou Correios, transporta uma planta viva de dois metros de altura. O primeiro ponto para ganhar escala é procurar parceiros de fora de São Paulo, encontrar alguma coisa semelhante com o que já tenho aqui."
Ainda pensando na expansão, o empreendedor tenta aproximação com investidores. A ideia é levantar R$ 1 milhão com a venda de cotas da empresa para novos sócios e, assim, alavancar a operação. "De repente pode ser uma incubadora, um investidor ou uma outra empresa que atue no segmento", observa.
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