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A história da ex-faxineira que hoje comanda uma empresa com 1,7 mil funcionários

Zica Assis desenvolveu uma fórmula para tratar cabelos crespos e volumosos

Foto do author Daniel Fernandes
Por Daniel Fernandes
Atualização:

Heloisa Helena de Assis, a Zica, começou a trabalhar com 9 anos como babá. Foi faxineira e empregada doméstica, mas nunca desistiu do seu sonho: desenvolver um produto para tratar seu cabelo, crespo e muito volumoso. Depois de dez anos de pesquisa, ela chegou a uma formulação e criou o Instituto Beleza Natural, rede especializada em cabelos crespos e ondulados com 13 salões e 1,7 mil funcionários.

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A empresa surgiu de uma necessidade pessoal de Zica. "Eu tinha um cabelo muito crespo, muito volumoso e não entrava pente. E quando eu comecei a trabalhar, as pessoas associavam isso a desleixo", contou. De família humilde, Zica começou a trabalhar cedo. "Meu pai era biscateiro (fazia bicos), minha mãe era lavadeira e eu tinha 13 irmãos. Comecei como babá e não parei mais", lembrou.

Com 21 anos, a empresária resolveu pesquisar o próprio cabelo para entender porque ele era tão volumoso. Foi fazer um curso de cabeleireira na comunidade do Catrambi, na zona norte do Rio de Janeiro. "Eu me encontrei como cabeleireira, mas não encontrei o resultado que queria pro meu cabelo. Mesmo assim não desisti e fui em busca do meu sonho", disse.

Como no curso sempre aparecia alguém para oferecer produtos para alisamento, Zica conseguiu matérias-primas para desenvolver seu produto em casa, na bacia e com colher de pau. "Consegui desenvolver uma formulação que deu jeito no meu cabelo. A fórmula é segredo de estado", destacou.

Mas até chegar na formulação ideal, Zica fez muitos testes no próprio cabelo e perdeu muitos fios. Até o irmão ajudou na fase de pesquisa. "Minha família é muito numerosa e era lei os mais novos obedecerem os mais velhos. O que eu fiz: peguei um irmão para ser cobaia do produto. Como ele era pequeno, obedecia", contou.

Ao descobrir a fórmula do produto relaxante, Zica trabalhava como empregada doméstica e conversou com algumas patroas e com o irmão, que aconselharam a procurar um químico para registrar a formulação. Para colocar o produto em ação, Zica resolveu montar um salão. "Mas como abrir um salão se eu ainda era empregada doméstica com 33 anos? Não tinha um dinheiro no bolso", contou.

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A ajuda veio do marido Jair Conde, que vendeu o único bem da família, um Fusca, e do irmão Rogério Assis e da amiga Leila Velez, que investiram R$ 4,5 mil na abertura do negócio. "Com três meses, a fila se formava às 5h da manhã com o salão abrindo às 8h", disse. Hoje, Zica comanda o instituto com salões no Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. O negócio ainda inclui um centro de desenvolvimento técnico e uma fábrica com capacidade de produção de 300 toneladas por mês, que cresce 30% ao ano.

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