A carioca Rosângela Loureiro sempre fez balas de coco para vender na rua. Mas foi quando o marido perdeu o emprego, há 20 anos, que ela precisou incrementar a produção. “Era uma coisa sem muito compromisso e, de repente, ficou sério”, lembra ela, que desde então mantém dentro de casa o negócio que sustenta a família. “Queria ter uma loja, mas o custo é alto.”
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A história de Rosângela se confunde com a de outras mulheres. Segundo anuário divulgado pelo Sebrae, cruzando dados do IBGE de 2012, o País tem 7,3 milhões de empreendedoras, formais ou não (contra 16,1 milhões de homens). Dessas, 34% trabalham em casa, dividindo o dia entre os filhos, o marido e o trabalho. “Elas fazem isso pelo preço que é sair de casa e alugar um espaço, a dificuldade com a locomoção em grandes centros, demorando duas, três até quatro horas para chegar ao trabalho, e a opção por ficar perto dos filhos”, afirma o presidente do Sebrae Luiz Barretto.
Segundo a publicação, a cada 100 empreendedoras, 68 têm ao menos um filho e 92% delas realizam as atividades domésticas, assim como Rosângela. “Outro dia, era umas 23h quando minha filha de 10 anos pediu para parar de trabalhar. A gente tem de se desdobrar.”