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2015 das PMEs será marcado por demissões e ajustes, apontam economistas

Reajustes dos preços dos combustíveis e da energia elétrica diminuirão as margens operacionais

Por Bruno de Oliveira e Esepcial para O Estado
Atualização:

O crescimento modesto do Produto Interno Bruto (PIB) verificado no trimestre passado e divulgado nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sinaliza para um ano de 2015 caracterizado como um período de ajustes em diversos setores, principalmente entre as pequenas e médias empresas, apontam economistas. Passados o período das eleições e os anúncios dos novos ministros feitos nesta semana, o mercado agora se prepara para rever os preços da gasolina, álcool, energia elétrica, e de tributos, como o IPTU, e os aluguéis. E isso vai impactar no desempenho das PME. "Os pequenos vão sofrer mais porque já trabalham com margens pequenas, não há muito onde tirar para economizar. Com os reajustes dos preços previstos para janeiro, eles terão de repassar o custo ao preço final, diminuindo ainda mais as margens. A saída será as demissões", explica Marcelo Nakagawa, professor de empreendedorismo do Insper. Este cenário era esperado para o primeiro semestre de 2014, mas acabou sendo adiado por conta das oportunidades de negócios no período da Copa do Mundo.

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"O PIB não sofreu uma alteração significativa depois do Mundial, o que indica que ainda estamos vivendo uma situação delicada que requer ajustes operacionais dentro das empresas", explica Alexandre Espírito Santo, professor de economia do Ibmec-RJ. "O primeiro semestre será marcado por demissões aliadas ao baixo nível de confiança dos investidores", completa. Para Antonio Carlos Porto Gonçalves, professor da Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV/EPGE), será improtante para a economia, com reflexos nos pequenos negócios, que o Governo Ferderal consiga atingir as metas de crescimento do PIB anunciadas pelo novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "O governo terá dificuldades para cortar gastos e conseguir espaço para fazer ajustes na economia sem causar impactos significativos. Segurar a inflação após os novos preços dos serviços, por exemplo, será importante para dar fôlego aos negócios menores, os que sempre sofrem primeiro nas recessões", explica Gonçalves. O PIB brasileiro registro no terceiro trimestre deste ano crescimento de 0,2% em relação ao mesmo período em 2013, chegando a R$ 1,3 trilhão. Entre os setores que mais se destacaram, está a indústria, que cresceu 1,7% em relação ao segundo trimestre deste ano. Serviços avançaram 0,5% e a agropecuária caiu 2,2%. 

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