Ligia Aguilhar
03 de agosto de 2011 | 07h00
Ligia Aguilhar
A Associação Brasileira de Biotecnologia (BrBiotec) está pleiteando a criação de um pacote de incentivo que inclua linhas de crédito específicas e desconto tributário especial para negócios inovadores.
A ideia surgiu com base em um levantamento divulgado pela entidade no mês de julho, que identificou que 75% das empresas do setor são micro e pequenas. Segundo o presidente da entidade, Fernando Kreutz, embora a maioria receba apoio de algum fundo de financiamento governamental ou seja incubada, falta crédito para financiar a etapa seguinte, quando a empresa já está em desenvolvimento. “Percebemos que elas têm dinheiro para começar, mas falta incentivo para financiar o crescimento.”
Ele destaca ainda que a Lei do Bem, editada em 2006 com o objetivo de incentivar a inovação, não é suficiente. “O grande benefício dessa lei é a dedução do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido da empresa, porém, como a maior parte não é lucrativa e reinveste o lucro, acaba não sendo beneficiada pela lei”.
Outra questão é que muitas empresas de biotecnologia não se enquadram no Simples Nacional, porque se tranformam em sociedade anônima para captar recursos com investidores privados. “Temos que discutir a criação de um Simples tecnológico e criar medidas para corrigir essas imperfeições”, diz.
A BrBiotec já está tratando do tema com a Apex-Brasil e com representantes dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e da Ciência e Tecnologia. O objetivo da entidade agora é formatar uma proposta nos próximos três meses para que seja usada como base para o desenvolvimento de políticas públicas.
E você, o que acha sobre a criação de uma categoria tributária que beneficie empresas e empreendedores inovadores?
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