Ana Vecchi
01 de agosto de 2019 | 10h38
Este foi o tema de minha palestra no workshop para instrutores de “superioga“, método desenvolvido por Paulo Junqueira, que utiliza a respiração e posições de yoga, de forma contemporânea, podendo melhorar as habilidades dos alunos, em várias esferas de suas vidas. Ou seja, não só físicas. A diferença já começou com o espaço, superacolhedor, bonito e com energia ímpar. A sala do workshop não tinha cadeiras e, sim, tapetes de prática de superioga, todos nós descalços e com roupas confortáveis. Os alunos eram professores e fui para ensinar, mas aprendi muito.
O que fez a diferença nas vidas desses participantes, para se tornarem instrutores, foi, lógico, o reconhecimento do valor que Paulo Junqueira tem no que faz, no seu propósito de vida, da força que transmite, mas acima de tudo o seu primeiro abraço. Ninguém abraça como Paulo Junqueira, mestre em hatha yoga, yoga clássico, togaterapia e vinyasa no Brasil, na Índia e na França. Pós-graduado em fisiologia do exercício e em administração e marketing esportivo.
Talvez, as 13 idas à Índia tornaram sua prática mais genuína, mas aquele abraço transformador, citado nos relatos de alunos sobre como o superioga entrou em suas vidas, foi o grande divisor de águas. O método, que tem por fundamento a yoga, na primeira aula mostra que não se trata de uma filosofia ou religião, nem adoração a Buda ou outros deuses, mas uma prática contemporânea, com os benefícios que precisamos para enfrentar a vida atual.
Como tornar estes instrutores referência em seus mercados tendo a grande referência como mestre? Já vou falar.
Outro exemplo na área de fitness, wellness e educação física é Inelia Garcia, discípula quase que direta de Joseph Pilates, teve Romana Krazynowska como intermediária e foi quem trouxe o método Pilates para o Brasil. Há quem diga que não, mas eu estava com ela desde sempre, como consultora do The Pilates Studio® Brasil. Inelia é também grande referência neste mercado, com seu propósito, personalidade forte, não aceita nada aquém da excelência e promove a melhora da autoestima de todos que praticam o autêntico Pilates.
Paulo Junqueira em prática de superioga. Foto: Paulo Andrade
O que Paulo Junqueira e Inelia Garcia têm em comum e podem ser elementos que transformam simples mortais em referência em suas profissões?
Além de formação e especializações, o carisma de ambos é uma senhora chave que abre algumas portas. Mas cada um tem um tipo diferente de carisma, assim como estrutura física. Paulo tem o porte de um leão; Inelia, a elegância de uma gazela, ambos com postura de gigantes, de touro com cabeça erguida e a leveza no andar de uma pluma. Como assim?
Quem não consegue se perceber com a possibilidade de se tornar uma referência como eles diz que “nasceram assim ou para serem assim”. Pode ser, é uma boa desculpa, mas vamos nos aprofundar nos outros elementos.
Formação + especializações + carisma + olho no olho + sorriso sincero + o abraço! Que envolve, acolhe, energiza e arrepia de tão bom! No fake hug at all – nada de abraço falso, que só encosta a mão nos ombros e o beijinho solto no ar, sabe? Tem mais: propósito! Prática, rotina, escolhas coerentes ao propósito. Treinar, treinar, treinar. Disciplina e aperfeiçoamento constante para alcançar o propósito de poder compartilhar com o maior número de pessoas o benefício de suas práticas.
Baixo ego, se não zero, somado à felicidade de ensinar e transformar vidas, acolher todos e brigar pelo bem e melhoria dos corpos e mentes de seus professores, alunos, franqueados no caso de Inelia. Aprender e saber ouvir fazem parte do pacote. São especialistas nisso também.
Incansável determinação = quando necessário são donos da verdade, há momentos em que mestres precisam dominar, através de seus conhecimentos.
Meditação, respiração, treinos, práticas, desenvolver nova sequência, testar, gostar e por em prática com todos = compartilhar.
Aperfeiçoar e incorporar à rotina = disciplina.
Divulgar com embasamento = marketing.
Formar professores, instrutores, coordenadores, diretores, seguidores, franqueados, equipes = escalar com responsabilidade.
Exigir performance, melhoria constante, educação continuada, proficiência nos detalhes = excelência.
E, sempre que precisam, buscam suporte ou aprendizado nos que consideram referências no que eles não têm conhecimento ou no que precisam de apoio para fazer mais e melhor. Para ser referência, não é a sorte que abre portas e mostra caminhos. Requer estudo, dedicação e disciplina, busca “eterna” pela excelência, resiliência, se apropriar do que sabe e quer transmitir, ter um propósito muito claro como mola mestra ao que se quer atingir e, por consequência, um bom planejamento.
Se esta base está OK, vamos aos aspectos práticos e comuns a todos:
Busque suporte no que você não domina, já que é muito difícil ser expert em tudo! Não há como. Admiramos pessoas verdadeiras, autênticas e do bem total. Alguns perfeccionistas, às vezes, são vistos como chatos ou radicais e, talvez, este seja o preço a pagar para serem referências no que fazem. Que preço você quer pagar?
* Ana Vecchi é consultora de empresas, CEO na Ana Vecchi Business Consulting, professora universitária e de MBAs, pós-graduada em marketing e com MBA em varejo e franquias. Atua no franchising há 28 anos em inteligência na criação e na expansão de negócios em rede.
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