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Opinião|Troca de ideias do franchising com negócio de bairro é estratégia na crise

Na tentativa de se reinventar na pandemia, empreendedor local pode usufruir da visibilidade de uma rede de franquia assim como a rede pode entender melhor como o bairro se comporta

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Atualização:

Aumenta o número de candidatos a franquias com foco em repasse de lojas, por conseguirem analisar, talvez com mais segurança, a situação da loja, o ponto comercial, os números existentes nas planilhas, conhecer equipe, entender porque o franqueado quer deixar de operar o negócio e vislumbrar o que vai enfrentar, no novo normal atual com o novo coronavírus, e a evolução desta definição de comportamento de mercado de consumo.

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A mudança de bandeira também está trazendo a sensação de mais oxigênio aos negócios locais. O empreendedor que trabalha com sua marca própria, em seu bairro e onde vinha tudo bem à sua moda até então, hoje sente a necessidade de melhorar seu faturamento, expandir o negócio, aumentar a carteira de clientes e/ou o ticket médio.

Ele presume que passar a pertencer a uma rede trará maior visibilidade ao negócio devido ao marketing compartilhado, à orientação sobre gestão mais adequada ou profissional, fornecedores homologados com melhores condições comerciais - a franqueadora negocia em nome da rede e ganha na escala, franqueado tende a comprar mais barato e com maior prazo do que comprando sozinho - suporte da equipe da franqueadora e benchmarking de outros franqueados.

E ele poderá ensinar como o bairro se comporta, quem são seus clientes, como os conquistou e fidelizou. É uma troca interessante de conhecimento e, por que não dizer, de interesses que podem agregar valor a todos os envolvidos? Como estratégia de expansão para franqueadores, esta busca por negócios locais e oferta de entrada nas redes, onde não há franquias, da mesma forma se mostra positiva.

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Entender a dinâmica do bairro ajuda em estratégias de negócios. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Partir do zero, agora, tem se mostrado uma resistência maior, frente ao desconhecido que se tornou mais incógnito do que nunca. Todo novo negócio tem risco, mas os candidatos a empreender no franchising investem no histórico, no conhecimento e na experiência de franqueadores que, também, se encontram estudando o novo mercado, as novas regras, novos modelos de negócios e tudo mais que estamos acompanhando.

Há verdadeiros casos de sucesso nos mais variados setores do franchising, muitos aprendizados e ensinamentos, tudo compartilhado através das mídias sociais das marcas, das associações de classe, dos setores e da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Como não poderia deixar de ser eu e chegar com o sinal de alerta, preciso reforçar que este artigo não nos leva a viver no mundo de Alice.

Ambos - franqueadores e candidatos a franquias - precisam ser muito transparentes, analisar tudo como nunca feito antes, estudar o histórico da loja, dos canais e da rede (passado) com projeção neste futuro, que não nos cabe estudar se Nostradamus previu ou se é fake news.

Há inúmeros franqueadores muito responsáveis pelas suas redes e conscientes de seus papéis, independentemente do tempo de atuação no mercado franqueado.

A multicanalidade, acelerada pela pandemia, trouxe ainda mais oportunidade de negócios e até startups passaram a enxergar no franchising um canal estratégico e complementar, assim como os aplicativos assumiram um papel de canal de vendas que precisa que franqueados entreguem o prometido pelos apps.

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É preciso fazer estes novos empreendedores e mesmo investidores muito experientes, brasileiros e estrangeiros, enxergar a possibilidade de um novo cenário onde há chance de ter sucesso e apostar seu capital. É desafiador, mas compensador demais!

* Ana Vecchi é consultora de empresas, CEO na Ana Vecchi Business Consulting, professora universitária e de MBAs, pós-graduada em marketing e com MBA em varejo e franquias. Atua no franchising há 28 anos em inteligência na criação e na expansão de negócios em rede.

Opinião por Ana Vecchi
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