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Opinião|Startup cria rede de apoio digital para mães e pais no home office

Por meio de conteúdos, time personalizado e teleatendimento, negócio de impacto social Bloom acelera igualdade de gênero no mercado de trabalho e promove bem-estar de colaboradores

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Atualização:

"É preciso uma aldeia inteira para criar uma criança". Uma leitura contemporânea desse provérbio africano deve incluir diferentes atores da sociedade, inclusive, as empresas. Em um momento em que vemos as casas se tornarem escritórios, os desafios que pais e responsáveis enfrentam nos cuidados com as crianças dentro dos lares - antes invisível para maior parte dos empregadores - tornam-se evidentes.

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A proposta de tornar as organizações corporativas parte de uma rede de apoio das famílias soa, para mim, inovadora e extremamente acertada. Afinal, vínculos familiares saudáveis têm uma relação estreita com saúde mental e impacta no bom desempenho profissional, portanto, no sucesso dos negócios. Mas, para se tornarem capazes de dar esse suporte aos colaboradores, gestores de recursos humanos de empresas de todos os portes precisam de apoio sistemático e especializado para empoderar mães e pais.  

É nessa seara que se insere a novidade da Bloom, uma startup de impacto social pioneira em usar a tecnologia para transformar a relação entre mães, pais e filhos. Fundada em 2016, a empresa já impactou mais de 30 mil famílias em sua trajetória. Dessa experiência, a principal constatação reside na impossibilidade de falar sobre vida familiar sem tocar no tema-chave: vida profissional e como equilibrar ambas. Cabe considerar, também, o peso da maternidade na carreira feminina: dados da Catho de 2018 apontam que cerca de 30% das mulheres deixam o mercado de trabalho para cuidar dos filhos; entre os homens, essa porcentagem é de 7%.

Para a healthtech Bloom, o futuro do trabalho é family-friendly. O negócio levanta a bandeira de que não é possível compartimentar vida familiar e profissional, algo que ficou ainda mais evidente no novo contexto que vivenciamos, por conta da pandemia do novo coronavírus. Para que mães, pais - e todos os cuidadores de crianças pequenas - possam desempenhar bem os seus diferentes papéis, é preciso pensar em um apoio sistemático, colocando os empregadores como parte fundamental desta rede. Para isso, o negócio criou o primeiro benefício corporativo que revoluciona a forma como as empresas cuidam dos colaboradores, que são pais e mães, ou que cuidam de crianças pequenas. 

O serviço funciona como uma rede de apoio digital para as famílias. Do ponto de vista das companhias, o benefício acelera a igualdade de gênero - por favorecer o desenvolvimento profissional das mães a partir de orientações precisas e a inclusão dos pais nas tarefas e cuidados -; e promove o bem-estar físico e mental dos colaboradores.

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 Foto: Esi Grünhagen/Pixabay

A solução ainda apoia a atração e retenção de talentos (em 2019, metade das mulheres que tiraram licença-maternidade ficaram fora do mercado de trabalho dois anos após usarem o benefício da licença; esse padrão continua, também, após 47 meses, de acordo com pesquisa da FGV). Entre outros atributos, ressalto educação e orientação que promovem o cuidado consciente, reduzindo custos com saúde na gestação, parto, pós-parto e nos primeiros anos de vida da criança.

A rede de apoio digital da Bloom conta com três pilares: conteúdos (mais de mil conteúdos multimídia produzidos por especialistas das áreas de saúde, bem-estar, parentalidade e carreira, que respondem a dúvidas rápidas); time de cuidado personalizado - cujo objetivo é acompanhar, orientar e tranquilizar o colaborador e familiares a qualquer hora (enfermeiras e médicos da família disponíveis via chat); e teleatendimento com hora marcada (rede de pediatras, obstetras, psicólogos, orientadores de carreira, amamentação e sono).

Todos os profissionais da rede têm larga experiência em acolher mães e pais. Um fator relevante, na minha percepção, é que o serviço leva em consideração todos os arranjos familiares, apresentando soluções tão diversas como elas; o momento familiar também é levado em consideração: planejamento familiar, fertilidade, gravidez, licença maternidade, volta ao trabalho e crianças de 0 a 6 anos. Ainda neste ano, o negócio vai oferecer a possibilidade das empresas contratantes estenderem o benefício a pais e mães em situação de vulnerabilidade social. 

Um negócio de impacto social como o Bloom mostra que é possível transformar o cuidado parental em uma experiência mais democrática, que apoia e promove igualdade de gênero no ambiente familiar e no corporativo. A defesa por uma maternidade e paternidade equânime é, certamente, um ganho para toda a sociedade.

* Maure Pessanha é empreendedora e diretora-executiva da Artemisia, organização pioneira no fomento e na disseminação de negócios de impacto social no Brasil.

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Opinião por Maure Pessanha
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