Ana Vecchi
30 de abril de 2020 | 13h15
Quais as competências exigidas hoje dos CEOs, executivos, franqueados e de novos empreendedores que estão se lançando em voos solos, ou com sócios, em negócios independentes ou franqueados? O que a reabertura das empresas, após a quarentena pelo novo coronavírus, exigirá das marcas, de suas equipes e dos clientes? Como assim, exige do cliente? Não é o cliente que manda? Era 100%, agora mudou um pouco.
Se o protocolo de atendimento, de um ponto de venda físico, definir que – para a segurança de todos – entra um cliente por vez, usando máscara e luva, que o pagamento deve ser com cartão ou por aproximação, que cliente paga no caixa ao ser chamado pelo nome para evitar filas e proximidade, esta será a regra do novo jogo que estamos todos participando e coopetindo – cooperando ainda que competindo.
Reinventar-se significa a gestão de novos modelos de negócios, pois não será como antes e estamos buscando entender como será. Tenho pesquisado China, Coréia e Santa Catarina, que já está na ativa, exercitando o que a maioria dos Estados e municípios estão para começar. O benchmark está valendo muito para evitarmos os erros já cometidos, que podem causar um retrocesso de um processo de que temos que nos livrar!
Há de se buscar um caminho, adequado à realidade de cada local, do perfil de negócio e de clientes, mix de produtos e serviços, estrutura, experiência e expertise, uma vez que há muitas realidades tão distintas neste Brasil. A rota deste caminho se chama omnichannel de uma vez por todas! E sem volta.
E a autocobrança pelo se reinventar sendo MEI, Eireli, autônomo, solteiro ou casado com família e pais idosos ou filhos especiais sob responsabilidade de um único ser, estar recém desempregado, ouvindo todas as notícias que tornam bem difícil pensar que “fecha-se uma porta para abrir um portão de oportunidades”? Com que cabeça estas pessoas estão se reinventando?
A rota para estes todos, muito queridos, é a respiração, o mindfulness, exercício, yoga, meditação, cozinhar, um hobby e se permitir um tempo para não se cobrar pela reinvenção de alguém que nem sabe mais quem é de verdade, hoje.
Máscaras são distribuídas em ônibus em Osasco: no novo ‘normal’, não vamos nos sentir constrangidos em usar uma máscara. Foto: Ronaldo Silva/Futura Press-29/4/2020
Dê-se tempo e espaço para o ócio criativo. Ele virá desde que você se permita, queira, mas não anseie. Controle a ansiedade usando uma das propostas, que faça sentido a você, dentre tantas possibilidades além das que propus acima. Algumas sugestões que trago hoje podem ser adequadas a empresas, empreendedores ou pessoas comuns em busca de caminhos:
Comecei este artigo defendendo que o novo normal vai exigir novos valores. Repensar seus diferenciais pode provocar mudanças ou adequação dos seus (futuros) valores. Ou o inverso: seus valores ditarão os novos diferenciais. E pode até mudar tudo – diferenciais e valores.
Sua comunicação deve refletir o seu propósito ou de sua marca, de forma impecável e verdadeira, para que não afete a visão desse propósito, pela sua cadeia de valor e de relacionamento. Reinventar-se pode ser infinitamente mais simples do que estamos imaginando. Pode começar por você se mostrar como verdadeiramente é e não aquele personagem que a sociedade definia como o então normal.
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* Ana Vecchi é consultora de empresas, CEO na Ana Vecchi Business Consulting, professora universitária e de MBAs, pós-graduada em marketing e com MBA em varejo e franquias. Atua no franchising há 28 anos em inteligência na criação e na expansão de negócios em rede.
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