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Opinião|O impacto da alta do dólar nas PMEs e como elas podem fazer para se proteger

Entenda quais são os principais negócios afetados e como lidar com a alta da moeda nas empresas

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Por Redação
Atualização:

Por João Carlos Natal, consultor do Sebrae-SP

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A alta do dólar, cuja cotação ultrapassou o patamar dos R$ 4, quase R$ 5 por conta do novo coronavírus, já influencia a inflação brasileira. O problema é que as micro e pequenas empresas são mais suscetíveis à variação cambial porque têm menos capital de giro para cobrir possíveis imprevistos.

Com a alta do dólar, os micro e pequenos empresários (importadores) que compram produtos em dólar e revendem em real têm pela frente o desafio de manter a clientela sem reduzir a margem de lucro e prejudicar as finanças do negócio.

Por este motivo, os pequenos importadores devem priorizar produtos menos expostos à concorrência. A venda de matéria-prima, por exemplo, está muito ligada ao preço. Perfumes importados, contudo, não estão tão sujeitos à variação cambial porque o consumidor, na maioria das vezes, está disposto a pagar um preço mais caro por eles.

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Na segunda-feira (09), a bolsa brasileira fechou em queda de 12% e dólar alcançou R$ 4,72. Foto: Pixabay

Exemplos de empresas afetadas:

  • Padarias (pãozinho = trigo);
  • Confecções (o tecido é produzido no País, mas os pigmentos que colorem a roupa são de fora);
  • Importadoras;
  • Agências de viagem;
  • Mercearias, supermercados que trabalham com produtos importados (Páscoa = bacalhau, azeites etc...);
  • Empresas que trabalham com o trigo e etc.

10 dicas para lidar com a alta do dólar:

  1. Avalie se houve impacto no estoque da empresa, verificando se o produto adquirido não sofreu tanto com o câmbio;
  2. Dê uma tratativa gerencial (controle) aos estoques, ou seja, pense estrategicamente;
  3. Precifique o produto com valores atrelado à cotação do dólar, utilizando as notícias e ficando atento ao cenário e às tendências (como está se comportando o dólar, está com tendência de alta; está contido). Mantenha o orçamento aos clientes por um curto período, não efetuando negociação antecipada (com a variação do dólar, muitas vezes o preço muda de um dia para o outro);
  4. É importante buscar no mercado interno produtos que possam substituir aqueles usualmente adquiridos.Desenvolva fornecedores nacionais para substituir os materiais importados;
  5. Orçamentos de longo prazo devem ser evitados;
  6. É importante ter o cálculo da estrutura do preço de venda do produto/mercadoria na ponta do lápis e verificar se há margem para absorver a variação do dólar na estrutura de preço do produto/mercadoria;
  7. Se a empresa é uma importadora e não tem espaço para produtos/mercadorias nacionais, é importante negociar descontos, preço e prazo de pagamento com os fornecedores. Essa é uma saída para não repassar um alto reajuste de preço ao cliente;
  8. Se mesmo assim for necessário reajustar os preços, seja transparente (parceiro) com os clientes, explicando o porquê do reajuste;
  9. Acompanhe o noticiário nacional e internacional.

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