Confesso que, hoje, amo atletas que eu nem sabia que tinham nascido ou ido para a Olimpíada. Admiro as que caíram, se machucaram, levantaram e continuaram. Respeito, demais, quem teve a força de assumir que não tinha condições naquele momento. Chorei, me emocionei, me arrepiei junto com um montão delas ou por causa delas. Independentemente de medalha, ok?
Cada uma, a seu modo, mostra a atitude de se autorizar a ser ela mesma. Ser quem é! E, a cada momento da história, sempre há "a primeira mulher que...". Começa com a primeira mulher que deu à luz um bebê. Assim sendo, a história do mundo começa com a mulher como protagonista.
Pensando nos pódios do franchising, me deu vontade de falar com a Adriana Auriemo, sócia-diretora da Nut Bavarian - indústria e varejo, e diretora de relacionamento e de microfranquias na Associação Brasileira de Franchising (ABF). Conheci a Adriana tímida, quietinha na dela, quando começou o negócio participando dos eventos da ABF, sempre simpática, doce e, de novo, tímida. Mas ela se fazia presente ainda que tentasse não aparecer.
Irmã de 3 irmãos homens e esposa do Daniel, Adriana sabe viver o universo masculino sem ter se sentido diferente deles, já que nunca houve qualquer distinção de educação ou tratamento em relação a seus irmãos. Só no tênis não competia com eles, porque achava que ia perder dos grandões. Coisas de adolescente.
Ao participar de um evento de premiação do franchising, ela me disse que se percebeu observando que as 20 marcas premiadas, só houve representantes masculinos subindo ao palco para receber a "medalha de ouro". Onde estavam as mulheres que ajudaram a construir aquelas marcas e suas reputações?
Me lembro do dia em que vi a Adriana, pela primeira vez, desinibida, rindo e não apenas sorrindo, falante e com a energia, que já a fazia ser notada antes, pulsante. Dormiu uma Adriana Auriemo e acordou outra?
Algumas vezes conversamos sobre esta mudança, até que ela me trouxe uma reflexão que cabe a todos nós, inspira franqueador@s e, com certeza, reverbera sua rede franqueada: deixou de se cobrar pelas habilidades gerenciais, que não vieram no seu pacote de nascença e reconheceu o outro lado muito hábil e que ajuda demais nos negócios porque, nas outras competências, elas é naturalmente boa! Se libertou para exercer o que tem mais potencial dentro dela, sem deixar de investir, aprender e contratar quem possa fazer o que ela não domina!
Adriana é de people: gestão e liderança de pessoas, relacionamento - franqueados, fornecedores, parceiros, concorrentes, negociação de PDVs, palestrante com seu jeito natural e cativante de ser. Não há uma personagem show woman. Ela é a empresária que entra num auditório ou no webinar para aprender algo novo ou aprimorar conhecimento e é a palestrante que compartilha sua experiência e conhecimento adquiridos com mais de 100 franquias e operação de internacionalização.
Como as atletas que assistimos nos Jogos de Tóquio, investir na carreira empresarial exige aprendizado, treino, estudo, fazer de novo, lidar com os erros e acertos, as expectativas, riscos, anseios, medos, bastidores, palcos, medalhas, perdas, escolhas, momentos, viradas de chave e novos comportamentos.
Atitude e responsabilidade são pontos comuns entre as atletas e empresárias.
A naturalidade d@s atletas, nesta Olimpíada, tem chamado a atenção e a Adriana defende que "não precisa estar com a cara fechada para ser sério, competente nem profissional. Podemos ser sérios e altamente profissionais, rindo."
Mais uma dica dessa franqueadora tão querida e respeitada no setor: "É muito importante descobrir no que você é naturalmente boa, quais são seus pontos fortes e não se forçar a provar, para si mesma, o que sabe ou tem que saber. Explore o lado que te faz feliz , porque muito do que deixamos de fazer vem de nossas cabeças e não dos outros!"
Uma aula de vida, obrigada Adri!!