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Opinião|Empreendedorismo de impacto se espalha além do Sudeste e avança no Nordeste

Negócios de impacto no Nordeste vão de 9% em 2017 a 16% em 2021; para pulverizar recursos, edição do Lab NIP na região vai apoiar 6 empresas com R$ 15 mil cada uma; inscrições abertas até 4 de outubro

Atualização:

Nos últimos anos, o empreendedorismo tem avançado no País à medida que endereça soluções para os principais desafios sociais e ambientais do Brasil. No momento em que nos encontramos, em especial, é preciso criar iniciativas para combater o aumento da pobreza, que foi aprofundada pela pandemia. Diante do agravamento da desigualdade - permeada pelo aumento do desemprego -, temos que fomentar inovações sociais e lançar um olhar mais inclusivo para os negócios, sobretudo os de impacto socioambiental.

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Esse viés também demanda pensarmos na inclusão produtiva com eficiência, seriedade e abrangência para além da região Sudeste, que já se consolidou como um importante polo empreendedor. Na prática, estou falando de disseminar e pulverizar recursos e iniciativas de apoio a empreendedores e empreendedoras de regiões como Norte e Nordeste - um movimento de diversidade no ecossistema empreendedor que, aliás, tem dado passos concretos quando pensamos no ecossistema de impacto social e ambiental.

Na análise histórica do Mapa de Negócios de Impacto Socioambientais - que compreende os últimos seis anos do levantamento -, a Pipe.Labo identificou ganhos em diversidade regional com o aumento de negócios de impacto no Nordeste do Brasil - de 9% em 2017, passando para 11% em 2019 e 16% em 2021.

O fortalecimento da região na agenda de impacto colabora para vencer o desafio de descentralização do setor; esse crescimento, inclusive, é reflexo de ações conduzidas por coalizões entre organizações da sociedade civil, do governo, de empresas e investidores. E muito há por fazer para consolidar esse movimento de expansão do modelo por todo o País.

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Projeção em prédio de São Paulo na Virada Sustentável de 2020. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Nesse sentido, uma recente iniciativa está sendo encampada pela Articuladora de Negócios de Impacto da Periferia (Anip) - resultado da união entre A Banca, Artemisia e FGVcenn - que criou uma edição do Lab NIP focada em Norte e Nordeste. O programa gratuito de aceleração de curta duração chega aos territórios periféricos dessas regiões com a proposta de selecionar até 30 negócios para sete semanas de aceleração online.

Como parte de apoio à jornada empreendedora, as seis empresas que se destacarem vão receber até R$ 15 mil cada uma e apoio personalizado após o programa; os demais negócios participantes terão acesso à bolsa-auxílio de R$ 1.250.

Essa iniciativa tem por objetivo auxiliar os empreendedores das periferias desses Estados por meio do fortalecimento do capital humano e social e do acesso a ferramentas e conhecimentos do universo de empreendedorismo de impacto.

Tudo é pensado para criar pontes dentro e fora das periferias e em uma lógica que dialoga com a estratégia de inclusão produtiva - conceito que se refere à inserção qualificada de pessoas em situação de vulnerabilidade econômica no mundo do trabalho, ou seja, iniciativas e políticas públicas voltadas à diminuição da exclusão social e ao aumento da produtividade do País.

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Essa reflexão sobre a importância de pensarmos na inclusão produtiva emerge da compreensão do quanto o aumento do nível de renda é fundamental para a redução da pobreza e para a inclusão social qualificada. O Lap NIP, respeitando a seleção territorial do programa, também vai abarcar na seleção iniciativas de quilombolas e ribeirinhos, além de buscar endereçar diferentes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Os empreendedores das periferias do Norte e Nordeste do país podem se inscrever para participar do processo de seleção do Lab NIP - que conta com o apoio da Fundação Arymax, Fundação Tide Setubal, Fundação Casas Bahia, do Instituto Humanize, da AZ Quest e da PepsiCo Foundation - até 4 de outubro pelo site impactosocial.artemisia.org.br/lab-nip.

* Maure Pessanha é empreendedora e diretora-executiva da Artemisia, organização pioneira no fomento e na disseminação de negócios de impacto social no Brasil.

Opinião por Maure Pessanha
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