Daniel Fernandes
30 de novembro de 2015 | 07h01
Menta90 (Marcelo Pimenta) é jornalista, professor de inovação da pós-graduação da ESPM e fundador do Laboratorium. Para saber mais, curta aqui.
Os jogos olímpicos estão chegando. Imagine conseguir assistir a uma disputa de ginástica, por exemplo, com uma visão tridimensional, onde você poderá ver detalhes do atleta por todos os ângulos. Essa é uma das promessas da startup israelense Reply Technologies: mostrar a repetição de cenas esportivas de uma forma impressionante. Você pode ver vários exemplos, em diferentes modalidades esportivas, aqui.
Agora imagine um restaurante mexicano, que vem fazendo imenso sucesso em Londres, considerado como o “restaurante do futuro”, oferecendo uma alimentação ao mesmo tempo rápida, saborosa e saudável. Chilango vem arrematando prêmios e reconhecimentos e quer expandir suas atividades para toda a Inglaterra (e talvez para outros países).
Por fim, reflita sobre um problema que preocupa muitos agricultores em todo o mundo: como controlar, com facilidade e precisão, o consumo de água na lavoura. Como obter maior produtividade gastando menos recursos? Essa é a proposta de valor da Sencer, de São Carlos (SP), que produz sensores com nanotecnologia que controlam a umidade do solo, em três níveis de produtividade, de forma acessível para pequenos agricultores.
Você sabe o que esses três negócios, tão distintos, têm em comum? Todos eles apostam em receber um novo tipo de investimento: o CrowdEquity, ou Equity Crodwfunding, modelo em que permite que startups e negócios inovadores possam receber investimentos através de uma multidão (crowd) de pequenos investidores. A Reply Tecnologies faz parte do porfólio da https://www.ourcrowd.com/, a Chilango está na https://www.crowdcube.com/ e a Sencer na brasileira http://www.broota.com.br/ – plataformas que aproximam empreendedores de investidores, viabilizando os negócios. “O objetivo das plataformas de equity crowdfunding é democratizar o acesso ao investimento em empresas nascentes e inovadoras. Essa classe de ativos que antes era restrita a investidores muito ricos, hoje está acessível para quem quer investir a partir de mil reais” defende Frederico Rizzo, um dos sócios e fundadores da Broota, a primeira plataforma desse tipo no Brasil. Lançada em outubro de 2014, a Broota já captou R$ 4,5 milhões para 15 empresas, com recursos de 400 investidores. Esse tipo de investimento em empresas nascentes é chamado de capital semente e aquele que realiza o aporte, ganha o título de investidor-anjo. Quando muitos pequenos investidores se unem para investir numa empresa, acontece o EquityCrowd. É uma aposta de alto risco para quem busca uma valorização de seu capital muito acima daquela oferecida pelos fundos tradicionais de investimento. “O investimento anjo pode ser definido como apoio em negócios no seu estágio inicial, mentoria, aconselhamento, fornecimento de infraestrutura, suporte, networking, tempo e dedicação. Na prática, porém, é muito mais do que isso. É o aval e o ombro amigo que o empreendedor precisa para levar seu sonho adiante e, claro, também o suporte para sistematizar o investimento financeiro com finalidade de suprir necessidades mensais em troca de um percentual do negócio” ensina João Kepler, vencedor do Spark Awards 2015 como melhor investidor Anjo do Brasil.
A partir de pesquisa da Unesp, pesquisadores querem usar a tecnologia para aumentar a produtividade do agricultor brasileiro
No caso da Chilango, da Inglaterra, o investimento também pode ser feito de uma forma bem inovadora e analógica. As lojas da rede vendem “burritos bonds”, títulos que custam 500 libras e tem prazo de quatro anos para resgate com juros pré-definidos. E é apenas mais um exemplo de como há espaço para muita inovação nesse mercado de investimento. Um estudo do Banco Mundial chamado “O Potencial do Financiamento Coletivo para o Desenvolvimento” revela que até 2025 o mercado desse tipo de investimento deve movimentar o mesmo volume de recursos do mercado de capitais tradicional (você pode ler a íntegra
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