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Opinião|Acelerando os negócios de impacto social da quebrada e cruzando a ponte

Atualização:

Um dos protagonistas do movimento que tirou o Jardim Ângela da lista dos lugares mais violentos do mundo, Marcelo Rocha - conhecido como DJ Bola - é um parceiro antigo da Artemisia. Em 2000, no bairro da zona sul da cidade de São Paulo, esse empreendedor da quebrada criou A Banca, uma produtora musical, cultural e social que se transformou em um polo de debate cultural, ações de conscientização política, educação e saúde. A iniciativa também ajudou a lançar vários músicos e colocou São Paulo na vanguarda do hip-hop. Nas palavras do DJ Bola, "A Banca quebrou as próprias barreiras para dialogar e se relacionar com as pessoas do outro lado da ponte".

 

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Em 2008, após o processo de aceleração conduzido pela Artemisia, A Banca se estruturou juridicamente. Do início das atividades para cá são mais de 130 eventos gratuitos em espaços públicos, mais de 120 grupos musicais e 45 mil pessoas beneficiadas diretamente. Mais de 25 escolas públicas e privadas já receberam intervenções educacionais promovidas. Pioneiro em fazer conexões de impacto, Bola é incansável na busca por romper as barreiras invisíveis - culturais, sociais e econômicas. E, mais uma vez, temos a alegria de sermos parceiros.

No ano passado, A Banca lançou - com o apoio da Artemisia e do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getulio Vargas (FGVCenn) - a Aceleradora de Negócios de Impacto Social da Periferia. Dos 51 negócios inscritos, foram selecionados cinco para um processo de aceleração de quatro meses. Ao final do ciclo, os empreendedores e empreendedoras podem receber até R$ 20 mil de capital-semente para investir no negócio. Com atuação nos distritos Jardim Ângela (M'Boi Mirim), Capela do Socorro e Campo Limpo (Capão Redondo), os selecionados têm em comum a forte intencionalidade de causar uma transformação significativa na sociedade a partir do sonho de criar negócios relevantes para a quebrada.

Boutique de Krioula - marca focada em resgatar a identidade e autoestima da população negra -; Empreende Aí, negócio que dissemina a educação empreendedora na quebrada; Ecoativa, programa de gestão ambiental que desenvolve intercâmbios e vivências; Jovens Hackers, escola com aulas de programação e cultura maker robótica; e Editora Selo Povo editora com um catálogo formado por autores da periferia são os negócios selecionados e geridos, respectivamente, pelos empreendedores Michelle Fernandes, Luís Henrique Coelho e Jennifer Rodrigues, Jaison Pongiluppi, Arthur Gandra e Ferréz.

Nos próximos meses, as organizações envolvidas vão botar em prática um sonho em comum: potencializar o desenvolvimento de negócios de impacto social na periferia com soluções voltadas para endereçar desafios sociais e ambientais. Além de apoiar, queremos também incentivar o surgimento de novos negócios de impacto dentro das periferias, que hoje representam uma parcela pequena do ecossistema.

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Uma nova geração de negócios de impacto só será efetiva se a população das periferias brasileiras for protagonista na geração de negócios que solucionem seus problemas sociais. Nas diversas comunidades do nosso país, existem empreendedoras e empreendedores com soluções de alto potencial de gerar impacto positivo que, com suporte adequado, podem escalar e transformar a vida de milhares de pessoas. Seremos incansáveis no trabalho de criar pontes entre empreendedoras e empreendedores acelerados provenientes de realidades distintas.

* Maure Pessanha é empreendedora e diretora-executiva da Artemisia, organização pioneira no fomento e na disseminação de negócios de impacto social no Brasil.

Opinião por Maure Pessanha
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