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Opinião|Depois de quebrar e se reerguer, boliviano se firma com a Comedoria Gonzales

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 Foto: Estadão

Esta é a história de Checho Gonzales, boliviano chegado ao Brasil aos 7 anos, cidadão do mundo, chef revelação em 2001 e 2002 pela Revista Gula, e que quebrou, e se levantou, algumas vezes, e sempre melhor que antes. Em 2012, Checho foi uma das pessoas que revolucionaram a gastronomia de São Paulo, juntamente com Henrique Fogaça e Lira Yuri, realizando um evento mensal chamado O Mercado, que trazia para um formato de feira de rua comidas de qualidade e de chefs renomados a preços razoáveis. O impacto foi tão importante, que mudou para sempre a forma como o paulistano se relaciona com o alimento no dia a dia da cidade, fazendo com que as pessoas perdessem o medo de comer na rua, de pé, e sem frescura. Isso abriu caminho para a vinda dos food trucks e dos restaurantes com serviço mais informal. Depois de alguns anos, Checho decidiu sair das ruas e ancorar num lugar fixo. Escolheu o Mercado Municipal de Pinheiros para abrir a Comedoria Gonzales, em 2014, servindo comidas latino-americanas - em especial os ceviches - e foi, mais uma vez, pioneiro da transformação desse antigo mercadão num ponto de encontro da gastronomia da cidade. Sempre com seu humor peculiar, conversamos sobre a jornada do empreendedor.

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Primeiro apareceu uma ideia que forçou você a virar empreendedor? Ou primeiro apareceu o empreendedor que saiu procurando uma ideia?

Bom, eu sempre fui muito roleiro, até hoje consigo vender ou trocar todo tipo de coisa. Interessa um skate híbrido? Também estou com uma barra fixa. Vendo ou troco por instrumentos ou equipamento... Meu primeiro negócio apareceu quando voltei de Barcelona, vivi lá por 2 anos. Era 1993 e não sabia o que queria da vida e fui fazer umas comidinhas no bar de uns amigos. Foi a primeira vez que cozinhei pra ganhar um dinheirinho. Um dos sócios estava insatisfeito e achei uma boa oportunidade, acabei comprando a parte dele. Não foi uma ideia sensacional, mas me deu uma super referência. Era um bar de rock & roll, sexo e muitas drogas. Depois de passar um par de anos nesse clima cheguei à conclusão de que tinha que dar uma direção na minha vida. Podemos, então, dizer que foi o que alavancou tudo.

A sua família trabalha com você na Comedoria?

Agora meu pai cuida do meu financeiro e minha companheira vai responder às redes sociais. Tentei escravizar a minha filha também, mas ela fugiu...

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Como é o dia a dia de um empreendedor da gastronomia?

Passei anos sem vida social regular, saía muito de madrugada, vida bem boemia. Depois que mudei de modelo de negócio e fiquei mais velho, tudo se normalizou: trabalho durante o dia e à noite faço coisas normais. Não sei até quando dura, pois isso acompanha o tipo de negócio.

Quais são os seus planos de futuro?

Creio que a Comedoria tem ainda muito tempo de vida, não bombando como foram os últimos anos, algo mais sóbrio, mas é o apoio que necessito para montar um outro restaurante. Ainda não encontrei a ideia correta, o espaço adequado, o formato que me agrada... Continuo na procura, sei que vai aparecer.

Se pudesse dar uma dica a quem está chegando agora na sua área, qual seria?

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Pare de fazer cópias de tudo, tente ser original

Qual o futuro do Brasil?

Ave, neste momento não tenho a mínima ideia. A minha contribuição está no meu dia a dia, sei que agrego, que construo. Tento ser correto em tudo, acho que isso já soma

Saiba mais:

Comedoria Gonzales

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Mercado Municipal de Pinheiros - boxe 85

Horário de funcionamento: segunda a sábado, 11h às 20h

@comedoriagonzales

Ivan Primo Bornes (ivan@pastificioprimo.com.br) - empreendedor e fundador da rede de rotisserias Pastifício Primo (www.pastificioprimo.com.br)

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